Deixamos a
China por alguns dias, mas as emoções não ficaram para trás. Na viagem
Beijing-Rio fizemos conexão em Paris. Como eram nove horas de espera no
aeroporto Charles de Gaule, resolvemos
aproveitar pra conhecer a Torre Eiffel.
Foi nossa primeira vez na capital francesa. No aeroporto compramos o ticket de
turista – que dá direito a um dia inteiro, sem limites, pra circular pela
cidade de trem e metrô. Pegamos o trem no terminal do aeroporto e lá fomos nós.
À medida que ele foi parando nas estações, começou a encher, encher... meu
Deus, o que era aquilo! Uma loucura! Descemos na estação Gare du Nord para fazer a
conexão com o metrô. Mas ô coisinha
complicada. O metrô de Paris é um show em termos de linhas: são dezenas. Só que
a sinalização é muito, mas muito ruim e complicada. Fomos pedir ajuda no balcão
de informações, mas não havia ninguém. Tentamos ajuda com uma senhora francesa
e ela mesmo coçou a cabeça, quando disse que queríamos ir para a Torre Eiffel,
na estação Champ de Mars Torre Eiffel. Enquanto ela também
tentava decifrar o mapa das estações, finalmente chegou o rapaz do balcão de
informações. Ele nos explicou para onde deveríamos ir – “siga em frente e desça
na saída B. Pegue o trem e salte na
estação Saint Michel-Notre Dame. Troque para a linha C e desça na Champ de Mars”. Agradecemos
e fomos à luta. O problema é que todos os trens vinham lotados. Como
conseguiríamos entrar era nossa preocupação. Falei para as meninas que teria
que ser “no tranco”, e lá fomos nós, com a cara, a coragem e tudo o mais.
Ficamos esmagadas dentro do trem. E pior, ainda teríamos que fazer outra troca
de linha. Mas essa até que foi tranquila. O trem do metrô era o de dois andares
e estava vazio. Descemos na Champ de Mars e fomos em busca da Torre Eiffel.
Ao
avistarmos a torre, esquecemos o perrengue que passamos pra chegar até ali.
Como ela é bonita! Foi mais um momento daqueles mágicos, de estar num local só visto
anteriormente em fotos, na tv, no cinema, nos livros... foi uma “visita”
rápida, somente pra tirar fotos. Não dava nem pra tentar subir na torre, porque
as filas eram enormes!!!! Mas tiramos fotos, vimos o rio Sena e deixamos uma
certeza: voltar a Paris, com calma e bastante tempo pra desfrutar de todas as
belezas que a cidade oferece.
Mais um sonho se realizando.
As meninas também ficaram encantadas.
Os nomes de
setenta e dois cientistas, engenheiros e outros franceses notáveis estão gravados - em dourado - na base da torre. Estas gravações, que haviam sido cobertas de tinta no começo do século XX, foram restauradas em 1986-1987.
Gigi e sua malinha.
Busto de Gustave Eiffel.
École Militaire e Torre Montparnasse
Rio Sena.
Temporal se aproximando.
Eu e Gigi.
Paris... um dia voltaremos.
Depois de
cerca de uma hora admirando o local, era preciso retornar para o aeroporto, ainda
mais que um temporal estava se formando. Quando colocamos os pés na estação do
metrô, a chuva forte caiu! Demos sorte, porque se tivéssemos esperado mais um
minutinho, teríamos ficado encharcadas e não tínhamos roupa pra trocar no
aeroporto.
A volta de
trem e metrô foi tranquila? Nem pensar! Foi até pior do que a ida. A única
vantagem foi que agora sabíamos bem qual caminho pegar. Mas quando entramos no
segundo trem, em direção ao aeroporto, foi uma loucura! Não havia mais espaço
pra ninguém entrar, e ao parar numa das estações, uma multidão, sem exagero,
resolveu que tinha que entrar também no trem. Só ouvia os franceses dizendo
“impossível”... é... o empurra-empurra foi geral. Por sorte uma moça chamou a
Gigi e a Amanda para um canto e o marido dela cedeu o lugar dele para elas. Eu
fiquei no meio da francesada, esmagada. Eu ia para um lado e minha mochila para
outro. Sem falar na malinha de mão da Gigi que estava comigo e que eu não podia
largar por nada! Que sufoco! Uma francesa foi literalmente empurrada, de
costas, para fora do trem, quando um homem, muito mal educado, saiu empurrando
ela de qualquer jeito, porque precisava sair na estação. Foi uma gritaria geral
e a mulher só conseguiu retornar depois de ter ido lá fora, ou melhor, ter sido
empurrada pra fora do trem. Ela xingou e gritou muito! Fiquei me lembrando do
metrô de Beijing. Ele é uma tranquilidade perto do que vi e vivenciei em Paris!
Aos poucos,
à medida que nos aproximávamos do aeroporto, o trem foi ficando mais vazio e
finalmente pude me sentar perto das meninas. Resumindo: nossa conexão em Paris
foi uma aventura inesquecível! Mas voltar é uma certeza, só que andar naquele metrô, somente
se não tiver jeito!!!!
De volta ao
aeroporto ainda esperamos cerca de três horas para o reembarque. Às 10 horas da
noite o sol ainda brilhava em Paris. Há muito que não via o pôr do sol, porque
em Beijing os muitos prédios impedem a visão do horizonte. Foi um anoitecer
bonito, que nem a chuva atrapalhou.
Não parece, mas o relógio marcava 22h e 10 min.