Na
semana passada fui visitar mais um trecho da Muralha da China. Desta vez estive
em Badaling, que é o “passo” mais conhecido e visitado da Grande Muralha.
Graças à dica de nossa guia, subimos por um trecho menos procurado. Estávamos
num grupo de 13. Subimos tranquilamente pelo teleférico e, lá de cima, estava
um lindo dia de sol, pudemos apreciar mais um pedaço da histórica construção
chinesa. Enquanto andávamos à vontade pela muralha, dava pra ver que os
turistas que optaram por subir pela entrada principal tinham que dividir espaço
com centenas de pessoas.
Olha quanta gente lá do outro lado.
Como
sempre, levei a bandeira do Brasil, só que dessa vez a nova: enorme! Todos
ficavam nos olhando. Pra variar, os pedidos de fotos com os chineses foram
muitos. E até eu entrei na brincadeira. Ao avistar um grupo de meninas e
meninos com uniformes esportivos, pedi pra que tirassem foto comigo. Eles
ficaram me olhando, assustados, mas logo toparam. Eram de um time de basquete
escolar.
Meus amiguinhos chineses.
Tinham que tirar uma foto com a nossa linda bandeira, não é?
Brasileira, com muito orgulho e muito amor!!!
A bandeira fechando a Muralha da China.
Mais Brasil!!
Olha que chinesinha linda fazendo pose ao lado de nossa bandeira.
Brasil e a Muralha da China.
Essa foto ficou muito legal!!
Eu e Linda, a nossa guia. Falava pelos cotovelos!!!
A beleza da Grande Muralha.
Uma recordação para a vida toda.
Amanda, Gigi e Victória num momento de descanso.
As chinesas adoram uma "sombrinha", então peguei
a da guia, pra tirar uma foto.
Gigi e Amin. Lindinhos.
Numa das torres.
Amanda e uma de suas "fãs" chinesas.
Essa foto fica sempre linda, ainda mais
com uma menina assim tão bela.
Mais Muralha.
Minhas filhotas.
Lindas!
Depois
de Badaling fomos conhecer uma fábrica de jade. O jade é uma pedra muito
importante na cultura chinesa. É símbolo de felicidade, poder e riqueza.
Na
fábrica vimos os artesãos lapidando o jade. É uma arte que costumava passar de
pai para filhos, mas que está acabando por aqui. Agora as pessoas estão sendo
treinadas para o ofício, já que os jovens não se interessam mais por seguir os
passos dos pais. Uma tradição que, segundo a guia da loja, pode colocar em
risco o futuro da arte com o jade. Mas certamente os chineses vão dar um jeito
pra que isso não aconteça.
Artesã lapidando uma peça de jade.
Simulação de como a lapidação era feita na época em que
não havia energia elétrica. A "máquina" funcionava
com a ajuda dos pedais, como nas máquinas de costura antigas.
Dentro da loja de jade.
A fachada da loja/fábrica.
Depois
da visita a fábrica de jade – onde também aproveitamos para almoçar – fomos até
as Tumbas Ming, localizada em Changping, cidade que fica a cerca de 44
quilômetros do centro da capital,
Beijing. Nela estão enterrados os corpos de 13 dos 16 imperadores da dinastia
Ming. As tumbas são consideradas Patrimônio Cultural da UNESCO.
Eu e Amin de chapéu de sombrinha.
Atrás, a Porta do Favor Eminente, na frente do primeiro
dos três pátios que levam aos túmulos imperiais.
Visitamos
o complexo das tumbas do imperador Yongle, local chamado de Chang Ling. Esse
foi o primeiro túmulo a ser construído, e é o maior de todos. Mas ele é cercado
por um grande mistério: a câmara mortuária, onde estariam enterrados o
imperador, suas esposas e 16 concubinas, nunca foi escavada. As câmaras mortuárias estariam escondidas, sob
a montanha que se eleva atrás da chamada Torre dos Espíritos.
Em frente a um tipo de altar onde são feitos pedidos aos espíritos.
Ao fundo, a Torre dos Espíritos, que marca a entrada
para a câmara mortuária.
Túnel de acesso a Torre dos Espíritos.
Essa grade impede o acesso a montanha que existe atrás da
Torre dos Espíritos. Embaixo dela estariam as câmaras mortuárias.
Uma vez assisti a um programa no National Geographic, que falava sobre as Tumbas Ming. Ele mostrava que justamente sob essa montanha atrás da Torre dos Espíritos existe uma enorme cidade subterrânea, onde estariam as câmaras mortuárias e parte da riqueza do imperador.
Um
detalhe cruel dessa parte da história dos imperadores da China: as concubinas eram mortas – tinham o pescoço cortado – para serem
enterradas juntamente com o imperador.
Quem devia gostar disso era a imperatriz que, em vida, tinha que se
submeter às “puladas de cerca oficiais do marido”. A imperatriz não podia
reclamar de nada: era obrigada a ficar quietinha. Quando ela morria, então
tinha seu corpo enterrado junto ao do imperador.
Yongle
foi o terceiro imperador da Dinastia Ming, e chegou ao poder depois de tirar do
trono o imperador Jianwen. Seu nome de nascença era Zhu Di e foi coroado
imperador em 1402, aos 42 anos. Ambicioso, transferiu a capital do país de
Nanjing para Beijing, onde mandou construir o Palácio Imperial, Cidade Proibida.
Em 1409, seguindo instruções dos mestres do Feng Shui, Yongle decidiu pela
construção de seu mausoléu. A obra levou cinco anos para ser concluída. Yongle
morreu e foi enterrado em 1424.
Estátua do Imperador Yongle, no Templo do Hall do Favor Eminente.
O Templo é sustentado por enormes colunas de cedro.
Essa coroa que está em exposição no Hall do Favor Eminente foi
retirada das escavações das tumbas de Ding Ling.
Ela foi usada por várias imperatrizes.
Mas o
quê leva os chineses a manter esses locais fechados? Em 1957, arqueólogos
terminaram as escavações nas tumbas Dingling – localizada na província de
Shaanxi, única tumba explorada até hoje - mas foi um trabalho mal feito, e
muitas das relíquias foram perdidas. Depois, em 1966, os chamados Guardas-Vermelhos,
simpatizantes de Mao Tse Tung, pilharam algumas das tumbas abertas. Após a
morte de Mao, em 1979, os diversos Governos da China resolveram proibir
qualquer escavação nos sítios arqueológicos. A ordem é manter essa parte da
história intocável.
Será que
um dia os chineses vão se interessar em abrir essas tumbas e mostrar ao mundo
parte de sua história? Novamente não acredito que eles não estejam, nesse exato
momento, cavando aqui e ali, descobrindo um pouco mais sobre parte do passado
deles. Eles podem é não querer dividir, agora, essa descoberta com o mundo, mas
certamente estão bem perto, ou já lá dentro das tumbas. Segredo de Estado, eu
diria.
Mapa das Tumbas.
Depois
das tumbas fomos ver uma fábrica de pérolas. Na verdade não era uma fábrica,
mas uma loja que, pelo visto, só vende para turistas. Os preços, é claro,
estavam bem mais salgados do que aqueles que costumamos pagar no Hong Qiao, o
Mercado das Pérolas, aqui em Beijing.
Interessante
foi ver uma ostra de água doce: dentro dela, várias pérolas. Já as ostras do
mar carregam apenas uma pérola cada, por isso são as mais caras.
Abrindo a ostra.
Eram cerca de 25 pequenas pérolas de água doce.
Guia da loja falando sobre os diversos tipos de pérola.
Algumas ostras expostas num pequeno lago na entrada da loja.
Essa pintura da Imperatriz Cixi está exposta na entrada da loja/fábrica de pérolas.
Ela costumava usar o pó de pérola no rosto. Dizem que ela era uma das
mulheres mais bonitas de sua época. Sei não...
A loja vende, além de joias, produtos feitos das pérolas que são
considerados excelentes para o tratamento da pele.
Nosso
passeio turístico só terminou no finalzinho da tarde e valeu a pena. Adorei
conhecer um pouco mais sobre a cultura chinesa. Uma cultura tão grande como
esse país que se considerava o centro do mundo – Zhong Guo, como eles chamam a China, quer dizer, País do Meio. Pode parecer que já conheci muita coisa por
aqui, mas ledo engano: estou bem longe de chegar à metade!