Hong Kong – parte 1
Nosso visto inicial aqui na China nos obriga a sair do país a cada 60 dias após a entrada. Por causa disso, no último domingo, dia 04 de março, deixamos Beijing e seguimos para o sul da China, para Hong Kong e Macau. Mas você deve estar perguntando: Hong Kong e Macau não fazem parte da China? Sim e não. “Sim” porque estão dentro do território chinês e “não” porque os dois lugares são considerados “Regiões Administrativas Independentes”.
Desde 1997 Hong Kong voltou a pertencer aos chineses, depois de ser colônia britânica por 156 anos. Segundo a política de “um país, e dois sistemas”, Hong Kong só não tem autonomia perante a China no que diz respeito à política externa e a defesa. Até a moeda é diferente: lá eles usam o dólar de Hong Kong – HKD – que vale um pouco menos do que o Renminbi usado na China continental.
Hong Kong é formada pelas ilhas de Hong Kong e Lantau, pela península de Kowloon e os Novos Territórios e outras 260 pequenas ilhas. Sua população é 96% chinesa, a maioria cantonesa. Por isso eles usam as duas línguas: o chinês/mandarim e o cantonês. Mas vale destacar que grande parte da população também sabe falar inglês. O que não acontece em Beijing e em outros cantos da China.
Os traços da colonização britânica estão espalhados por toda a cidade, a começar pela mão inglesa no trânsito: os motoristas ficam do lado direito do carro. Pra nós brasileiros é estranho andar pela mão contrária da rua, seja nos carros ou nas calçadas. Os ônibus de dois andares, assim como os pequenos bondes elétricos chamam a atenção nas movimentadas ruas da cidade.
Bonde elétrico comum em Hong Kong
Esse táxi faz propaganda de um hotel de forma bem original.
Detalhe do motorista do lado direito do carro.
Ficamos hospedados no YMCA, bem perto do Victoria Harbour – Porto Victoria -, na península de Kowloon, um dos 18 distritos administrativos de Hong Kong. Para cada lado que se olha avistam-se diversos prédios altíssimos, todos com designs modernos e ousados. Entre eles, destaque para a torre do ICC – o International Comerce Centre – que é o prédio mais alto de Hong Kong, com 108 andares e 484 metros de altura. Fica na parte oeste de Kowloon. Durante os cinco dias de nosso passeio o tempo esteve fechado, com muitas nuvens e com chuva fina. Resultado: não conseguimos ver os andares mais altos dele, que esteve sempre coberto pelas nuvens.
O ICC (International Commerce Centre), o prédio mais alto de Hong Kong, com 484 metros de altura.
O edifício do Banco da China (esquerda), com 367 metros de altura, foi construído de acordo com o Feng Shui. Ao centro está o Cheung Kong Center, com 283 metros, e o prédio do HSBC (direita), com 178 metros.
O IFC (International Finance Centre) em destaque. É o segundo prédio mais alto de Hong Kong com 417 metros de altura. Já foi cenário de alguns filmes, como Lara Croft e Batman. A torre menor, ao lado, faz parte do IFC e abriga o hotel Four Seasons.
As torres do Lippo Centre, a maior com 186m e a menor com 172m, são conhecidas como Koala Bulding, porque têm o design do abraço de um Koala.
Hong Kong também tem muitos prédios antigos como este. As pessoas costumam pendurar as roupas pra secar do lado de fora das janelas.
O Heritage, bem ao lado de nosso hotel, lembra muito o Copacabana Palace. Ele já foi sede da Capitania dos Portos de Hong Kong.
O Heritage visto da janela de nosso apto.
No dia 04 de março, dia em que chegamos a Hong Kong, meu querido marido fazia 49 anos. Não podíamos deixar passar em branco, é claro. Almoçamos no OUTBACK perto do hotel e, na hora da sobremesa, perguntei se eles tinham algum bolo para oferecer aos aniversariantes do dia. Não tinha bolo! Apenas uma fatia de cheesecake - torta de queijo – que veio enfeitada com uma pequena vela. O jeito foi “cantar parabéns” com aquilo mesmo, afinal, o que vale é a intenção.
Detalhe do GRANDE bolo.
O Papai e suas filhinhas queridas.
A temperatura em Hong Kong estava em torno dos 25 graus, com a umidade do ar bem elevada. À noite, o vento forte e a garoa faziam a temperatura cair. Mas nada que nos obrigasse a vestir um montão de roupas, como fazemos aqui em Beijing.
Diariamente, às oito horas da noite, é possível assistir ao espetáculo “Sinfonia das Luzes” que acontece nos dois lados do Victoria Harbour. Todos os prédios parecem árvores de natal à noite, mas na hora desse show, holofotes com luzes brancas ou de laser verde são direcionados para o céu e alguns prédios piscam suas luzes no ritmo da música. É um espetáculo que está escrito no livro dos recordes, mas nós quatro achamos bem fraco. Não sei se foi por causa do mau tempo e porque quase não dava pra ver as luzes no céu. Assistimos duas vezes do píer e uma do hotel. Os shows de luzes dos parques de diversões dos Estados Unidos são muito melhores!
Ao fundo a ilha de Hong Kong durante o show.
Apesar do ar britânico, Hong Kong se parece muito com as metrópoles americanas. E como chinês copia tudo, eles também têm uma calçada da fama, mas com outro nome: a “Avenida das Estrelas”. Entre os artistas chineses que estão imortalizados na calçada, destacam-se Bruce Lee e Jackie Chan, que nasceram em Hong Kong.
Na Avenida das estrelas.
As "estrelas" da noite.
Estátua de Bruce Lee.
"Claquete"
Como não poderia deixar de ser, fomos conhecer mais um Buda. O “felizardo” desta vez foi o Grande Buda Tian Tan, no alto de uma colina em Ngong Ping, na Ilha de Lantau. Levamos cerca de 20 minutos da estação de Tsim Sha Tsui, em Kowloon, até a estação de Tung Chung, em Lantau. Precisamos sair de uma linha e fazer conexão com outra, mas seguindo as placas não teve erro. Uma das opções para chegar ao Buda é um grande teleférico que liga o terminal de Tung Chung ao de Ngong Ping. Mas, infelizmente, ele estava em manutenção e nós fomos mesmo de ônibus, num trajeto que durou cerca de 30 minutos. Dizem que Tian Tan é o maior Buda sentado do mundo. Para ir até a estátua de 26 metros de altura, toda em bronze, subimos 251 degraus – eu contei! Ainda tinha mais uma escadinha pra subir, mas estava fechada, e para chegar aos pés do Buda subimos por uma outra escada lateral. É realmente uma figura grandiosa. Ele está sentado sobre uma flor de lótus, símbolo do budismo, com as mãos abertas - uma sobre os joelhos e a outra estendida -, olhando em direção a Beijing, dando graças e abençoando a cidade, que está a 1972 km de distância.
Estação de Tsim Sha Tsui. O teleférico estava em manutenção.
O Grande Buda olhando em direção a Beijing.
Foram 251 degraus até lá em cima.
Cheguei cansada!
O Grande Tian Tan sobre a flor de lótus.
Chama a atenção o símbolo que ele leva no peito, muito parecido com a suástica usada pelos nazistas. Mas o símbolo do Grande Buda representa “sabedoria e virtude”.
Detalhe do símbolo no peito.
Ao redor de Tian Tan estão seis figuras femininas que lhe oferecem prendas que simbolizam caridade, moralidade, paciência, zelo, meditação e sabedoria, as quais são necessárias para entrar em nirvana, ou seja, o estado da paz e da plenitude alcançados com a meditação.
Figuras femininas com oferendas para o Buda.
Há três andares abaixo da estátua do Buda: a Câmara do Universo, o Hall do Mérito Benevolente, e a Sala da Memória. Lá dentro há uma relíquia do Buda Gautama, o que supostamente seriam alguns de seus restos cremados. Somente o visitante que compra uma oferta para o Buda está autorizado a ver a relíquia, a fim de deixar a oferta por lá. Não foi o nosso caso.
Uma das partes à que tivemos acesso é repleta de fotos de pessoas que, provavelmente, deixaram ali algum pedido ao Buda. Lembra muito as salas de oferendas e pagamentos de promessas de algumas igrejas católicas.
Oferendas e pedidos ao Buda.
O Grande Buda pertence ao Mosteiro Po Lin, que fica bem em frente à estátua, na base da colina. O templo reúne divindades de três religiões: budismo, confucionismo e taoísmo. Nele, monges rezam e cantam diante de imagens douradas. O lugar está em obra: estão construindo um novo prédio que vai abrigar o Mosteiro dos Mil Budas. Mais Buda pra visitar no futuro!
Mosteiro Po Lin.
Construção do Mosteiro dos Dez Mil Budas.
Diferentes divindades...
...estão presentes no Templo.
Para se chegar ao Mosteiro e ao Grande Buda passamos por dois típicos portais chineses, repletos de ideogramas. Infelizmente não sei o que eles querem dizer. Vou pedir pra traduzirem pra mim.
O primeiro portal, com o Buda lá no alto.
Logo após o primeiro portal há um caminho de pedra margeado por 12 estátuas que representam os Generais Divinos ou Celestiais. Eles são considerados divindades protetoras e existe um para cada signo do zodíaco chinês.
O General Pajra, armado com arco e flecha, representa o dragão.
Portal que da acesso ao Templo Po Lin.
Praça na entrada do Templo Po Lin, com o Grande Buda lá no alto.
Na pequena e simpática Vila de Ngong Ping, onde fica a parada dos ônibus, há várias lojinhas que vendem desde souvenires a comidas típicas. Na entrada estão expostas algumas cabines de teleféricos espalhados por alguns lugares do mundo, e entre elas está uma com o desenho da bandeira do Brasil, lembrando o teleférico de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Bondinho brasileiro.
A ilha de Lantau é onde fica a Disneylandia de Hong Kong, mas esse é um passeio que decidimos não fazer. Parece que o parque é bem infantil e nós somos adeptos dos brinquedos radicais!!
Qtas horas tem o dia por aí? Nossa, cada passeio que vcs fazem tem tanta coisa pra mostrar - kkkk. 49?! Tá bem na fita o maridão e que pedacinho de bolo era aquele? Muita coisa linda, Andréa. Fico vendo e lendo (obg por postar fotos - kkk) e me impressiona a beleza e riqueza dos locais visitados. Bem, fiquem com Deus, bjs em todos! O material já seguiu tem muitos dias, espero que em breve chegue...
ResponderExcluir