Finalmente chegou o dia da Giovanna começar a estudar numa escola
chinesa: a Fang Cao Di. Não a
colocamos pra estudar logo que chegamos, porque ela entraria no meio do ano
letivo. Aqui as aulas começam em setembro e terminam em junho. Então, por
indicação da própria escola, esperamos até agora. Mas durante dois meses ela
teve aula particular em casa, pra não entrar “boiando”.
Fachada da escola.
Dia 03 de setembro. O esperado aconteceu. A “manteiga” chorou, mas
acabou entrando na escola. Nos primeiros dias, a mesma ladainha. É assim desde
pequena. Com oito anos já é hora disso acabar!
Primeiro dia da Gigi na escolinha chinesa.
Entrando com a Li Laoshi (professora Li).
Aqui eles dão muita ênfase à matemática, o que vai ser bom para ajudar
nos estudos do Anglo Americano, que ela faz a distância.
Além disso, ela tem aula de música, arte e, é claro, chinês. Logo vai
estar falando e escrevendo esses ideogramas complicados daqui. Essa turma jovem
aprende rápido.
Nas aulas de educação física as crianças correm, jogam bola, pulam
corda, aprendem a marchar. Aqui, quase tudo é “militarizado”. Nos restaurantes
os funcionários são reunidos antes do expediente, numa espécie de Ordem Unida,
quando recebem as ordens do dia. Nos condomínios é a mesma coisa.
Hora da massagem antes do expediente.
Funcionários de um restaurante recebendo as orientações do dia.
Soldados do Exército do Povo que fazem a segurança das Embaixadas.
Na abertura do ano letivo, que aconteceu no dia 1° de setembro, as crianças cantaram, além do hino da escola,
o hino chinês durante o hasteamento da bandeira, numa cerimônia que contou com
a participação de soldados do Exército do Povo, uma polícia que está em todos
os lugares por aqui: como na segurança das embaixadas, por exemplo. Os pais não
puderam entrar na escola: ficamos só do lado de fora, observando.
Gigi no meio da garotada e das professoras,
no dia de abertura do ano letivo.
Olha ela ali no meio.
As crianças ficaram formadas no campo de futebol de grama sintética.
Ao redor do campo tem uma pista de atletismo.
Dando "tchauzinho" pra gente.
Saindo do campo. Hora de ir embora.
Na abertura do ano letivo, com a bandeira do Brasil.
Depois de três semanas, a Gigi não chora mais, entra direto e está se
divertindo. Já fez até passeio com a escola: foram brincar no Parque Olímpico.
Pelo que ela me contou, brincaram de “profissões”. Tirou leite da vaca – a vaca
era um boneco que saía água – fez algodão doce e foi maquinista de trem. Bem
legal. Ganhou até uma carteira de trabalho e dinheirinho de mentira. Veio toda
contente.
Gigi entra às 7:30 é só sai às 15h. De manhã come um lanchinho –
geralmente bolinho e iogurte – que eles dão. E, na hora do almoço, está comendo
apenas a sopinha. Os outros pratos ela ainda não quis experimentar. Tudo muito
chinês. Mas ela leva sempre sanduíche, leitinho, suco e fruta. Só que quando
chega em casa está morrendo de fome. Faz um lanche e antes das 19h já quer
jantar. Então bate um bom prato de comida.
A Fang Cao Di é uma escola pública
que foi fundada em 1956 para atender aos filhos dos funcionários do Ministério
das Relações Exteriores da China. Somente a partir de 1973, com o apoio do
então primeiro-ministro chinês Zhou Enlai, passou a ser também uma escola
internacional, ou seja: abriu seu quadro para alunos de outras nacionalidades.
Nos últimos 50 anos a Fang Cao Di
Elementary School tem sido reconhecida mundialmente por sua alta capacidade
educacional.
Existem outras escolas internacionais por aqui, como a Paquistanesa,
Canadense, Britânica e Australiana entre muitas outras.
Além dos coleguinhas chineses, a Gigi tem amiguinhos da França, da
Coréia do Sul, de Hong Kong, da Bolívia, entre outros, e tem também uma
amiguinha brasileira: uma menina de família chinesa, que nasceu no Brasil, e
agora veio pra cá, pra ficar com os avós. É a grande amiguinha dela na escola.
Outra coisa boa é que a escola é bem pertinho aqui de casa. Vamos
caminhando e chegamos lá em menos de 10 minutos.
Enquanto a Gigi está dando os “primeiros passos” no Mandarim, a Amanda
já está craque na língua chinesa. Começou o segundo período do curso na
faculdade. No primeiro período foi uma das duas melhores alunas e ganhou uma
bolsa de 50% de desconto! Orgulho da Mamãe!
As aulas na faculdade são puxadas: ela já escreve textos com mais de 300
ideogramas e fala e compreende bem os chineses no dia a dia. No primeiro
semestre a turma dela era formada por russos, em sua maioria, um francês, uma
menina da Mongólia e outra da Armênia. Agora, as japonesas estão em maior
número. Tem também aluno do Equador e um russo apenas.
Minhas filhas estão tendo uma oportunidade de ouro: aprender a língua do
futuro, ou seria a língua do momento? Com mais de um bilhão de chineses vivendo
aqui na China – fora os que estão espalhados por aí - e com o número crescente
de pessoas aprendendo Mandarim em todo o mundo, logo a língua chinesa será a
mais falada do planeta. Ou já não será a mais falada?
Que legal, Andréa. É realmente uma oportunidade única... Bjs, saudades de todos!
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