Nas últimas semanas o que mais acontece aqui em Beijing é chover! Chuva,
calor e um bafo terrível lá fora. E pra ficar pior ainda, a poluição do ar tem
sido constante: o céu quase sempre está carregado por uma névoa cinza.
Dificilmente o sol dá as caras.
Como a garotada acabou de entrar nas férias de verão – aulas somente em
setembro – é preciso arrumar o quê fazer, pra não ficarmos em casa o tempo
todo. O ideal, por causa da poluição, era não se expor, mas não dá pra ficar
preso entre quatro paredes.
Na semana passada, mesmo com chuva, pegamos o metrô e saímos para conhecer um shopping de
roupas que fica em frente ao zoológico de Beijing. Entramos no prédio que fica
bem em frente ao zoo, na Xizhimen Waidajie. São oito andares
de stands com roupas, sapatos, brinquedos, artigos de cama e mesa e até alguns
eletrônicos. Mas o forte mesmo são as roupas. Mas não espere encontrar por lá
artigos “chiques”. É um shopping bem popular, com muita coisa – a maioria na
verdade – voltada para o público chinês. Bem diferente do Silk Market, Yashow e Hong Qiao, que vendem artigos mais
para o consumidor estrangeiro.
Fachada do shopping.
Mas garimpando aqui e ali, até que dá pra comprar algumas coisinhas
interessantes, como shorts jeans – uma variedade enorme que a garotada gostou –
calças e shorts de moleton, meias-calças, soutiens,
blusas de malha, sapatos, tênis, botas... Só é preciso ter paciência e fôlego para
andar pelos corredores espalhados pelos oito andares.
As lojas dos andares de cima possuem roupas de melhor qualidade e, é
claro, mais caras. Estavam mais vazias.
Um andar era praticamente só de sapatos.
Muita roupa "chinesa".
Pena que deixei pra tirar as fotos com o celular
e elas não ficaram boas. Da próxima vez eu capricho.
Parece que são sete shoppings naquela área. Como só visitamos um,
devemos voltar pra conhecer os outros. Afinal, as férias são longas.
Mìyún
No final de semana o tempo continuou ruim, mas a chuva deu uma trégua.
Então, no domingo, resolvemos nos aventurar até Mìyún, que fica a cerca de 63 km, a nordeste de Beijing.
Mìyún (密云) é um condado do subúrbio da capital chinesa, que tem um belo ambiente natural, com diversas atrações como montes, lagos e cachoeiras. Escolhemos conhecer o Qīngliáng gǔ (清凉 谷), ou Cool Valley – Vale Legal, numa tradução literal - que fica a cerca de 120 km de Beijing.
A) Nosso ponto de partida.
B) Miyun.
C) Qingliang gu.
Rota marcada no GPS, lá fomos nós. Apesar de toda a tecnologia a nosso
favor, nem sempre conseguimos assinalar corretamente o ponto a ser visitado, o
que torna a viagem mais longa. Foram quase três horas de carro, até, finalmente,
chegarmos ao nosso destino.
Mais uma vez “invejo” a infraestrutura das rodovias chinesas. Asfalto
perfeito, sinalização em chinês e inglês, tudo bem organizado. E eles não param
de investir em melhorias. Em alguns trechos passamos por obras nas pistas, em
pleno domingo. Mas como já mencionei diversas vezes, os chineses trabalham de
domingo a domingo.
Sinalização em inglês.
Esses painéis são comuns por aqui. Mostram como
está o trânsito em determinado trecho.
Verde significa trânsito bom.
Amarelo, lento.
E vermelho, parado.
Asfalto perfeito.
Alguns trechos estão em obras.
As montanhas são bem rochosas e
a estrada possui alguns túneis.
Os pontos turísticos estavam assinalados em placas. O único
problema é que, numa certa hora, elas foram ficando escassas e o jeito foi se
orientar somente pelo GPS. Só que vira e mexe ele ficava dando aquele aviso
irritante: “recalculating”!
Com muitos lagos, a região de Miyun é boa para a pesca.
À esquerda, na foto, uma placa sinalizando alguns pontos turísticos.
Por volta de meio-dia chegamos ao Qīngliáng gǔ, localizado em Sihetang, na cidade de Shicheng, no Condado de Miyun, Beijing.
Ufa! Beijing é enorme e essa coisa de condado, subúrbio, cidade, etc, é difícil
de entender.
O lugar possui 13 piscinas naturais e 5 cachoeiras, além de um pequeno e
simples parque aquático.
Além da paisagem natural, o lugar possui um Parque.
As cachoeiras foram aparecendo ao longo do caminho.
De vez em quando uma parada para descansar.
Uma das cachoeiras de longe e depois mais de perto.
Fê, Mel e Cris.
Escadas e passarelas estreitas nos
levavam cada vez mais para cima.
Olhar pra baixo dava até medo.
Mas o visual compensava todo o esforço e a aventura.
Nesse trecho era possível andar
de jangada, numa das piscinas naturais.
Caminhando pelas trilhas.
Quando encontrávamos um trecho plano, era um alívio.
Mais uma pequena piscina natural.
O volume de água estava pequeno.
Talvez por isso as cachoeiras não estivessem
tão bonitas.
Dessa vez agradecemos por não estar um dia de sol forte, porque se já suamos e nos cansamos com o mormaço, imagina com o sol a pino? Num determinado ponto, após cerca de 2 km de caminhada dentro da mata, a garotada desistiu de continuar em frente, mas eu me aventurei mais um pouco. O problema é que as placas indicavam a próxima atração a “50 metros”, e esses 50 metros não chegavam nunca.
Última cachoeira. Quase 2 km vale adentro.
Deixei as meninas descansando e subi mais um pouco.
Cheguei bem perto do ponto chamado de Nine Clouds (Nove Nuvens), mas já bufando de cansaço, desisti de seguir pelos 150 metros seguintes. Agora me arrependo: cheguei tão perto! Devia ter recobrado o fôlego e seguido mais um pouco.
A última cachoeira vista lá de cima.
Desse ponto, de onde tirei a foto,
resolvi voltar. As pernas não aguentavam mais
tanta subida.
Mapa do Vale.
O n° 1 marca o início de nossa caminhada,
no Parque de Águas.
O n° 2 marca até onde eu fui.
Hora de descer.
Alguns degraus e passarelas eram de ferro,
outros de pedra.
Sempre com cuidado.
Com as pernas bambas – quando parei os joelhos tremiam de verdade –
chegamos à base do vale e aproveitei para saborear um delicioso sorvete de
manga. Depois, fui brincar com a Gigi na parte aquática do parque. Foi ótimo
para refrescar.
Hora de se refrescar.
Gigi brincando de se equilibrar.
Ela ainda desceu com o Pai, de bote, por um tubo d'água.
Olha só como os botes são levados
para o ponto de partida da atração.
Ali no meio tem um chinês remando,
sem ao menos conseguir ver o que vem pela frente.
Só eles, mesmo!
Por volta de três e meia da tarde resolvemos voltar pra casa. Rota marcada no GPS fizemos o caminho de volta em cerca de duas horas e meia.
Repare nessa cena. Várias caixas e um homem com o rosto coberto por um véu.
Ele é um apicultor - criador de abelhas.
Vimos vários na estrada perto de Qingliang gu.
O rosto está protegido, mas os braços não!
Na foto maior dá pra ver algumas abelhas voando
perto das caixas. Loucura!
As caixas ficam na beira da estrada.
Tudo bem arcaico.
Lá do alto da estrada é possível ver a represa de Miyun.
Pena que o tempo carregado pela poluição não permitiu ver bem a paisagem.
Num dia de sol deve ser muito bonito.
Ao final da jornada, como não somos
de ferro e não tínhamos almoçado - já passava das seis da tarde - paramos no nosso restaurante favorito aqui em
Beijing – o Annie’s – e, mortos de
fome, saboreamos quase todos uma bela massa! Se perdi alguns quilinhos na
trilha das cachoeiras, recuperei alguns gramas com o prato de Nhoque que escolhi. Tudo bem, ontem era
domingo e hoje é segunda-feira: dia internacional de iniciar os regimes!
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