sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Os Muros de Proteção de Beijing, seus Portões e suas Torres



Quando ouvimos falar da “China”, normalmente lembramos logo da "Grande Muralha”, uma construção que teve 21.196 km e que hoje em dia mede 8.850 km. ((CORREÇÃO NO PRÓXIMO POST))

A Muralha da China foi construída para proteger o Império Chinês de ataques inimigos. 


Mapa da Muralha da China


Trecho da Muralha em Mutianyu.


A preocupação dos chineses com segurança era tanta que em vários outros lugares eles também resolveram construir muros menores, para cercar e proteger suas cidades.

Em minhas viagens pela China, nesses quase dois anos que estou aqui, já vi muros em Datong, Xian e, é claro, em Beijing

Beijing – que já se chamou Zhongdu, Dadu e Beiping – teve seus primeiros muros de proteção construídos em 1264, quando Kublai Kan decidiu reconstruir a cidade que sofrera um incêndio em 1215, durante ataque dos Mongóis.

Ao longo dos anos, os muros sofreram modificações, diminuindo de área e mudando de posição – mais para o norte, mais para o sul, de acordo com os interesses dos Imperadores.

Foram construídas torres, arcos, portões e um sistema de fossos fazendo do local o mais amplo sistema de defesa da China Imperial.

Após o colapso da Dinastia Qing, em 1911, as fortificações de Beijing foram gradualmente desmanteladas, permanecendo intactas A Cidade Proibida e algumas defesas da Cidade Imperial – de uso exclusivo da Família Imperial, como o nome já sugere.

O muro da Cidade Interna tinha um perímetro de 24 km e nove portões.

Já o muro da Cidade Externa possuía sete portões.

A Cidade Imperial tinha um perímetro de 10. 6km com quatro portões:  Tiananmen, Di’anmen, Dong’anmen e Xi’anmen.

A Cidade Imperial assinalada no Google Earth.

Mapa da Antiga Cidade de Beijing.



A Cidade Proibida, que está dentro da Cidade Imperial, é cercada por um muro que tem o perímetro de 961 metros, também com quarto portões: Wumen, Shenwumen, Xihuamen e Donghuamen. Ao seu redor existe um fosso: mais uma forma de proteção usada pelos chineses.

Vale lembrar que dentro da Cidade Proibida existem ainda dezenas de portões que separam seus halls ou salões.

A Cidade Proibida vista pelo Google Earth.
O Taihemen é o Portão da Suprema Harmonia.
E o Taihedian é o Salão da Suprema Harmonia.
Qianqing gong é o Palácio da Pureza Celestial.



Assinalei no Google Earth a antiga Cidade de Beijing.
Em vermelho, a área da Cidade Interna.
Em amarelo, a Cidade Imperial.
Em verde, a Cidade Proibida.
Em laranja, a área da Cidade Externa.



Não dá para culpar somente as guerras, ao longo dos anos, pela deterioração e destruição de muros e portões da cidade. A falta de conservação e preservação dessa parte da história, juntamente com a ascensão dos Comunistas ao poder em 1949 – ano da fundação da República Popular da China - selaram o destino dessas fortificações.

Entre 1951 e 1958, a Cidade Externa foi totalmente desmantelada, tudo em nome do projeto de construção das novas vias públicas e da implantação dos sistemas rodoviário, metroviário e ferroviário.

A Zhengyangmen, por exemplo, que fica na Praça da Paz Celestial, e era usada única e exclusivamente para a passagem do Imperador, por pouco não teve o mesmo destino das outras que foram abaixo juntamente com a maior parte dos muros. Em 1965, Mao Tse-tung determinou sua demolição,  mas foi demovido da ideia pelo primeiro-ministro Zhou Enlai, que teve mais bom senso. A sugestão do primeiro presidente da RPC não é de surpreender, já que durante a Revolução Cultural - 1966/1976 - monumentos históricos, livros e relíquias da China Antiga foram destruídos em atos de vandalismo dos chamados Guardas Vermelhos, os seguidores de Mao. Mas isso já é outra história.

À esquerda a Qianmen e à direita a Torre das Flechas.
As duas fazem parte da chamada Zhengyangmen.


As duas Torres. 



Existe em Beijing um local chamado Ming City Wall Relics Park (   Míng Chéngqiáng zhǐ Gōngyuán), um Parque que abriga a maior e mais bem preservada seção dos muros da cidade da época da Dinastia Ming: um trecho de 1,5 km do muro.

O que resta do muro, assinalado no Google Earth.
Bem no cantinho direito fica a Torre de Canto


No lugar está a Torre de Canto construída em 1436, no primeiro ano do reinado do Imperador Zhengtong. Ela fica na seção sudeste dos muros da Cidade Interna e é, atualmente, a maior torre de canto da China. Costumava ligar os portões de Chongwenmen (崇文) e Dongbianmen  東便, este já na Cidade Externa. Em 1900, foi destruída num ataque de tropas inglesas durante a Rebelião Boxer. Somente em 1983 ela foi restaurada, tornando-se um local de turismo.

Torre do Canto Sudeste da Cidade Interna.

O local foi posto fiscal da cidade de Beijing até ser destituído em 1930. 
Em 1960, com o início das obras do metrô, foi desmantelado, 
sendo a torre de canto reconstruída pouco mais de 20 anos depois.

 
Antes e agora.


Pátio da Torre.


 Na maquete, a Dongbianmen
e sua torre de proteção, na frente.

Interior da Torre.

Gigi em uma das janelas
usadas pelos arqueiros.

Um dos canhões do complexo.


 
Local onde ficava a Bandeira Azul, da Companhia Azul, que era responsável
pela segurança da área entre os portões de Chongwenmen e Dongbianmen,
A Companhia Azul fazia parte de uma unidade militar de elite
chamada de "Oito Bandeiras", da época da Dinastia Qing.
Identificados por bandeiras, eles eram 
compostos por grupos étnicos como os Manchu
Han, e os Mongóis.


Parte preservada do muro da Cidade Interna.
Na foto da direita, lá ao fundo, parte do telhado da Qianmen.

Ao lado do muro foram construídas pistas de caminhada,
compondo o Ming City Wall Relics Park.


A Divisão da Cidade 

Os muros de Beijing protegiam e dividiam duas partes distintas da cidade: a Cidade Interna – onde ficavam o Palácio Imperial e a Cidade Proibida – e a Cidade Externa, onde vivia a população comum.

A Cidade Interna era protegida por nove portões e suas torres - cada portão costumava ter a sua frente uma torre de observação e proteção.

  
Portões da Cidade Interior:

Zhengyangmen 正陽– também conhecida como Qianmen, abriga o Portão da Frente - a porta principal de entrada para a Cidade Interior - e a Torre das Flechas.


Zhengyangmen vista do Google Earth.


Chongwenmen 崇文demolida em 1966;

Xuanwumen  宣武demolida em 1965;

Dongzhimen 东直门demolida em 1965;

Chaoyangmen  朝阳demolida em 1958;

Xizhimen   西直demolida em 1969;

Fuchengmen  阜成demolida em 1965;

Deshengmen  胜门parte ainda intacta; Ainda não visitei.


Deshengmen.


Andingmen  安定demolida em 1969.

A Cidade Interna e seus nove portões.



Portões da Cidade Externa:

Já a Cidade Externa possuía sete portões e quatro torres de canto. Suas estruturas eram menores do que as da Cidade Interna.

Yongdingmen 永定 – reconstruída em 2004, um pouco mais ao norte de sua posição original. Preciso ir até lá para conhecer.

Yongdingmen.

Zuo’anmen  左安demolida em 1953;

You’anmen  右安demolida em 1958;

Guangqumen  廣渠demolida em 1953;

Guang’anmen  廣安demolida em 1957;

Dongbianmen  東便demolida em 1958;

Xibianmen  西便 parte de sua estrutura ainda existe. Mais um local para ser visitado.
Xibianmen.





É uma pena que as guerras, o tempo e, principalmente, a ignorância e truculência de alguns governantes tenham destruído a maior parte do antigo sistema de proteção da cidade de Beijing.

Mas felizmente as coisas mudam e, nas últimas décadas, o governo chinês tem se preocupado em preservar e até mesmo reconstruir parte da história do país. Nada mais sensato numa nação que é por apontada por muitos como a primeira da humanidade. A desculpa de ter que realizar mudanças na geografia dos lugares em nome do progresso é balela. Passado e presente podem conviver em harmonia. Basta querer.



Conheça as "Oito Bandeiras" 

Bāqí 八旗 


  
正黃旗 zhèng huáng qí   鑲黃旗 xiāng huáng qí
         (bandeira amarela)   (bandeira amarela com borda)
      
       
   
正白旗 zhèng bái qí        鑲白旗 xiāng bái qí
        (bandeira branca)   (bandeira branca com borda)


   
正紅旗 zhèng hóng qí      鑲紅旗 xiāng hóng qí
          (bandeira vermelha)   (bandeira vermelha com borda)


  
正藍旗 zhèng lán qí      鑲藍旗 xiāng lán qí
      (bandeira azul)     (bandeira azul com borda)

      

Havia uma hierarquia entre as bandeiras:

Essas três eram chamadas de Bandeiras Superiores.
Ficavam sob o controle do Imperador.



As outras cinco eram as chamadas Bandeiras Inferiores.
Ficavam sob o controle dos Príncipes Imperiais.
Mais tarde todas as bandeiras passaram
para o controle direto do Imperador.


·        O sistema de bandeiras era uma organização militar usada pelas tribos Manchus, da Manchúria (hoje nordeste da China) para conquistar e controlar a China no século XVII. O sistema foi desenvolvido pelo líder Nurhachi  (1559-1626), que em 1601 organizou seus guerreiros em quatro companhias de 300 homens cada. As companhias eram identificadas por bandeiras de diferentes cores: amarelo, vermelho, branco e azul. Em 1642 o número de bandeiras chegou a oito.

·        Com essas tropas, os Manchus derrotaram os Ming e conquistaram a China, estabelecendo a Dinastia Qing (1644-1911/12), aquela que seria a última da história da China Imperial.


                            
  








   







terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Beleza do Outono em Beijing - As Colinas Perfumadas

Estamos em pleno outono na China, mas Beijing já sente a aproximação do inverno: a temperatura diária tem ficado quase sempre abaixo dos 10°, chegando aos 2° durante a madrugada. Resultado: sair sem camadas de roupas já é praticamente impossível, caso contrário, é frio na certa!

Com o outono, Beijing se enche de folhas amarelas e vermelhas, principalmente entre o final do mês de outubro e a primeira quinzena de novembro. As árvores viram atração nas ruas e tem sempre um monte de gente apreciando a beleza da natureza e aproveitando para tirar lindas fotos. Afinal, logo essas árvores ficarão “peladas”, sem uma única folha, somente os galhos.
Nessa época do ano os parques, sempre muito procurados pelos chineses, se enchem ainda mais. O mais famoso deles para se apreciar as árvores amarelas e vermelhas é o Parque das Colinas Perfumadas (Xiāngshān Gōngyuán 公园), também conhecido como Fragrant Hills.
O Parque, que possui uma área de 1.8 km quadrados, é um antigo jardim imperial que fica aos pés das montanhas ocidentais, no distrito de Haidian, subúrbio no noroeste da capital Beijing. Ele começou a ser usado em 1186, durante a Dinastia Jin. De 1206 a 1911, nos reinados das Dinastias Yuan, Ming e Qing serviu como resort para os Imperadores que fugiam para o local no verão, para caçar.
Em 1745, o Imperador Qianlong ordenou a construção de 28 atrações na área e o lugar recebeu o nome de Jingyi Garden (Jardim da Tranquilidade e do Prazer).

Esculturas com flores em frente a entrada leste.


Portal na entrada leste.

Logo na entrada leste o Qinzheng Hall, salão onde 
o Imperador Qianlong discutia assuntos
do Governo quando passava "férias" no local.

Ao longo de sua história, o Parque sofreu com o ataque de duas guerras. Em 1860 foi incendiado pelas Forças Anglo-Francesas e em 1900 por tropas da Aliança das Oito Nações (Áustria-Hungria, Estados Unidos, França, Império Alemão, Itália, Japão, Rússia e Reino Unido que ajudaram a por fim a Revolução dos Boxers) perdendo muitas de suas relíquias históricas.
O lugar foi cenário de um dos momentos mais importantes da história da China. Em 1949, Mao Tse Tung e os membros do Comitê Central do Partido Comunista usaram uma construção que há dentro do parque – a Shuangqing Villa - como quartel-general da guerra, tomando dali as decisões que acabaram por fundar a República Popular da China. Infelizmente não conheci esse local, que fica na encosta da montanha, na parte sul.
O Fragrant Hills foi aberto oficialmente como Parque em 1956.

Grupo de turistas na praça em 
frente ao portão leste.


Entrada Norte.

Se o lado histórico já vale uma visita, junte a isso a beleza da natureza local nessa época do outono, que é de encher os olhos e a alma. As centenas de árvores de Gingko e Bordo, os pinheiros, os pés de caqui e toda a vegetação ao redor tornam o Parque das Colinas Perfumadas um passeio obrigatório para os turistas.


As folhas de Gingko, as amarelas, e as de Bordo, as vermelhas.


A beleza das folhas de Bordo.


A folha de Bordo, maple leaf, é conhecida por
aparecer na bandeira do Canadá.


Pé de caqui.

Tem até girassol.

O local é tão interessante que fui visita-lo duas vezes em três dias! Na primeira o tempo estava ruim, muito fechado e não consegui ver a cidade e as montanhas ao redor, por causa da forte névoa. Na segunda vez, o dia estava perfeito, com um lindo sol e céu azul.


Num dia o tempo completamente fechado...


... No outro uma visibilidade perfeita. 

Só que o forte vento chegou a fechar, por algumas horas, o teleférico que leva ao topo do Xianglu Feng (Pico do Queimador de Incenso), que fica a 575 metros acima do nível do mar e é a montanha mais alta do local. 

Céu limpo, mas muito vento. 
Resultado: teleférico fechado.

Mas quando estávamos para deixar o parque notamos que o teleférico tinha voltado a funcionar e lá fomos nós para o alto da colina. Dessa vez a vista foi perfeita: lá de cima vimos a grande Beijing ao fundo, o lago do Palácio de Verão, a Torre de Beijing, parte do Parque Olímpico e até mesmo a torre do China World, bem aqui perto de casa. Isso numa distância de mais de 30km. 

A Torre de Beijing.

O China World - ao centro - o maior
prédio de Beijing e que fica
bem pertinho de nossa casa.


O Lago Kunming, no Palácio de Verão.

 O passeio de teleférico até o topo do Pico Xianglu leva cerca de 15 minutos. Lá em cima há dois pavilhões, uma plataforma de observação e um pequeno pátio. Os chineses aproveitam as árvores do lugar para perdurar pequenas placas de madeira onde escrevem alguns pedidos.


Pátio do Chongyang Pavilion, no alto do pico.

Mais um pavilhão no alto do pico. Esse se chama Tayun.



As árvores cheias de plaquinhas de madeira.


Mulher colocando uma plaquinha no arbusto.

Cledna, Cinara e eu na parte mais alta do Pico Xianglu.

Ao contrário de outros teleféricos que já conhecemos aqui em Beijing, esse do Fragrant Hills é bem novinho. Mas para quem tem medo de altura é uma atração dispensável, já que a cadeirinha para duas pessoas é aberta. Um detalhe que parece piada, é que a barra de segurança NÃO tem nenhuma trava de segurança. Achei perigoso, ainda mais que o trajeto é longo e às vezes está sujeito ao vento. Mas até que a cadeirinha não balançou em nenhum momento – a cabine do teleférico da Muralha, em Badaling, apesar de fechada, balança muito mais.


Uma das torres do teleférico



Algumas pessoas preferem subir e descer à pé.
É uma boa subida.

Eu e Gigi no teleférico.


 Liuli Wanshiu Pagoda. Faz parte do Templo Zhao
Possui 30 metros de altura. Em seus sete andares, 
com beirais de oito lados, encontram-se 56 sinos. 
Só vi de longe, do teleférico.

Templo Zhao. Foi construído em 1780 
para a cerimônia de boas-vindas 
ao então líder Budista Tibetano. 
Era a construção principal do Jingyi Garden.

Ainda bem que o sol forte ajudou a amenizar o frio, já que no primeiro dia eu quase congelei na descida do teleférico.
Assim como nós, centenas de chineses e alguns pouquíssimos estrangeiros estavam visitando o parque. Na sexta-feira havia menos gente, mas no domingo, com aquele tempo de céu aberto, estava lotado!
Só o que destoou do passeio foi ver os chineses puxando ou sacudindo os galhos das árvores para pegar algumas folhas de lembrança. O que não era absolutamente necessário, porque havia milhares de folhas caídas. Vi chinês trepado num pé de caqui, sacudindo a árvore, enquanto outros corriam para pegar os frutos que caíam no chão.


Chineses "brigando" por uma folha de bordo...


...Sem necessidade, porque elas ficam
espalhadas pelo chão.

Pegamos algumas, de tonalidades diferentes.

Quem quiser pode até comprar
as folhas em cartões plastificados.


Lugar lindo!


Fica até difícil saber pra que lado
 apontar a máquina fotográfica.

A árvore de Bordo com as folhas
em tonalidades diferentes.
Elas começam amarelinhas, ficam vermelhas e morrem.


As meninas.

Cinara e as filhas.

Gigi na árvore...

...e Amanda também.

O amarelo predomina no parque.

Na montanha a tonalidade é mais
puxada para o vermelho.

Lago Yanjing. Ele é cortado por uma ponte de pedra
e tem a aparência de um par de óculos, daí seu
apelido: Lago dos Óculos.
Ao fundo o Pavilhão Jiari.


O lago visto lá do alto do teleférico.



Pequena gruta em um dos lados do lago.


Na beira do lago Yanjing.

O Pavilhão Jiari visto da ponte.
Como sempre, leões nas balaustradas.

Chineses se divertindo perto do lago, 
fantasiados de Imperador e Guerreiro.


O templo budista Biyun Temple (Bìyún Sì,  ), Templo das Nuvens Azuis, localizado na parte oriental do parque, com seus 40 mil metros quadrados, é uma das principais atrações do local. Originalmente construído em 1331 como um convento de freiras, ele é composto por seis jardins que abrigam salões com imagens de Budas e uma enorme Pagoda.



Como sempre, logo no início do Templo, as duas
figuras dos guardiões.


Pátio em frente ao Salão do Buda Maitreya.

Buda Maitreya.
Imagem de bronze com 2.5 metros de altura,
construída durante a Dinastia Ming.

Pátio do Salão Mahavira.

Acendedor de incensos em frente ao
Salão Mahavira.

Buda Sakyamuni é a figura principal.


Com a Cristiane.

Outro hall do Templo Biyun é o dos Arhats, com 508 imagens douradas feitas em madeira, cada uma com cerca de 1.5 metros de altura. 
Os Arhats são motivo de controvérsia entre as escolas budistas. Para alguns eles eram considerados pessoas especiais, com poderes miraculosos. Mas há aqueles que os consideravam pessoas imperfeitas e ignorantes. Uma das traduções de Arhat significa “imortal”.

Salão dos Arhats.


Parte da área do Templo vista do teleférico.

A Vajrasana Pagoda, também conhecida como Pagoda dos Guerreiros Protetores de Buda, tem 34.7 metros de altura, e só foi construída em 1748. É a última atração do Templo. Feita de mármore branco, possui cinco torres principais ao centro e algumas menores ao seu redor. Em suas paredes estão imagens de Buda e esculturas de dragões, fênix, nuvens, leões e elefantes.


A área do Templo vista do alto do teleférico.


A Pagoda no meio da floresta.



Portal de entrada para a Vajrasana Pagoda.

A Pagoda ao fundo.

O acesso a Pagoda está fechado.



 
Pavilhões que guardam estelas de pedra
com as ordens dadas pelo Imperador
Qianlong e que marcaram
o início da construção da Pagoda, em 1748.


Caminhamos ao redor de toda a Pagoda, por baixo, no meio da floresta.



Árvores centenárias e algumas
até milenares foram escoradas 
para não cair.
Venta muito no local e as árvores
acabam inclinando.


Imagens de Weng Zhong...


...considerado um guardião de tumbas.


Detalhe do telhado em meio ao Gingko.


Árvores milenares com cintas de ferro para não abrirem.


Mais árvores de Gingko.


Passagem num dos pátios laterais do Templo.

Fazendo graça.


Na ponta do telhado, um sino.


Fitas com pedidos presas na ponte de pedra.

A Pagoda abriga em seu interior as roupas e o chapéu usados por Sun Yat-sen, um dos maiores estadistas chineses e presidente provisório da República da China, fundada em 1° de Janeiro de 1912, com a derrubada da Dinastia Qing. Não confundir com a RPC, República Popular da China, que já citei mais lá em cima, e que foi fundada em 1° de Outubro de 1949 por Mao Tse Tung.
Sun Yat-sen, que é considerado por muitos como o “Pai da República”, faleceu aos 58 anos, em 1925. Durante quatro anos o caixão com seu corpo foi guardado no Templo das Nuvens Azuis, até que em 1929 seus restos mortais foram enterrados em Nanjing, no Mausoléu Sun Yat-sen. Parte da história de Sun Yat-sen é contada em fotos e artigos pessoais expostos nos salões que ficam na parte central do Templo.



Memorial Hall de Sun Yat-sen.
Aviso: era proibido fotografar lá dentro e eu
tirei a foto lá de fora, sem flash,
para não prejudicar a estátua.

Somando os dois dias, passei cerca de 8 horas dentro do parque. Parece muito, mas não é. Pelo menos não foi o suficiente para conhecer todas as atrações, já que não visitei as que se espalham pela montanha. São locais que exigem uma longa caminhada. Já andamos à beça, imagina se fôssemos subir a montanha?

Naquela região só falta eu conhecer o antigo Palácio de Verão e o Jardim Botânico (os pontos principais). Vou tentar aproveitar o clima e a beleza do outono para visitar esses lugares, enriquecer os conhecimentos e me encantar e me surpreender ainda mais com Beijing, uma capital que mistura passado e presente, natureza e modernidade em atrações que parecem não ter fim.

Curiosidades:

  • Só pra constar: achei que o Parque teria um aroma diferente no ar, por causa do nome, Parque das Colinas Perfumadas, mas não “sentimos” nada que chamasse a nossa atenção.
  • Em 2008, um dos temas da cerimônia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos de Beijing foi “Red Leaves of Fragrant Hills” – As Folhas Vermelhas de Fragrant Hills. Milhares de folhas de bordo foram despejadas do alto do Ninho de Pássaro, numa imagem que encantou não somente os espectadores presentes, mas também as pessoas espalhadas por todo o mundo que assistiam ao espetáculo.
Imagens da Cerimônia de Encerramento
dos Jogos Paraolímpicos de 2008



Fotos retiradas da internet.