“...O céu fica todo iluminado
Fica o céu todo
estrelado
Pintadinho de
Balão...”
“...E o balão ia subindo
Para o azul da
imensidão”.
Você que está lendo esse post
deve estar me achando doida, por estar, em pleno mês de fevereiro, e do outro
lado do mundo, “cantando” trechos de Chegou a hora da Fogueira. Não, eu
não estou saudosista nem tem festa junina por aqui. É que esses pedacinhos da
letra podem bem servir de tema para a noite de ontem, aqui em Beijing e, certamente, em vários outros
cantos da China. Nesse domingo os chineses celebraram O Festival das Lanternas (元宵节 yuán xiāo jié), último dia de comemorações do recém-chegado Ano Novo Chinês, ou como eles preferem
por aqui, O Festival da Primavera.
Depois de 15 dias de festas, reuniões familiares e muitos, mas muitos fogos, é
hora de voltar às aulas, ao trabalho, retomar o dia a dia normal. Para alguns a
vida voltou aos trilhos na semana passada, mas para a grande maioria dos
chineses, o ano realmente só começa agora.
Já estamos aqui em Beijing há
mais de um ano e, apesar de ter escrito um pouco sobre O Festival das Lanternas, aqui no blog, no ano passado – dia seis de fevereiro, “Noite do Festival
das Lanternas” - somente esse ano realmente vivenciamos, em parte, o quê é
essa comemoração. Ao contrário do ano passado, quando não vimos nenhuma
lanterna no céu, esse ano não só vimos dezenas, como também compramos e soltamos nossas
próprias lanternas. Mas como elas são? Agora você vai entender porque comecei o
texto falando de “balão”. As lanternas chinesas nada mais são do que pequenos balões
de papel fino. A diferença é que elas não têm aquela tradicional forma de
nossos balõezinhos japoneses. Mas qual o significado delas? Na verdade são
muitos e variam de região para região da China. Aqui em Beijing parece que a intenção é pedir aos céus sorte e felicidade, na
vida e no “Amor”, a palavra que vi estampada em quase todas as lanternas.
"Love" (Amor) escrito nas lanternas. Um balãozinho diferente.
Enquanto uma sobe, outras dezenas já estão bem lá longe.
Que todos os pedidos sejam realizados!
Para mim e meu marido a diversão foi mostrar para nossas filhas como se
solta um balão, ou melhor, a lanterna e, é claro, “viver a cultura chinesa”. Além
disso, foi como voltar ao passado, quando nas comemorações das festas juninas
soltávamos o balãozinho japonês. Ele subia aqui e já caía ali. Mas era a
diversão da garotada. Tempos depois eles foram proibidos, porque podiam causas
incêndios. Aqui na China eles ainda não têm essa preocupação. Estão bem longe
disso porque, além das lanternas, é incrível a quantidade de fogos de
artifícios que soltam em qualquer lugar nas ruas, pertos das pessoas, dos
locais com vegetação seca... Mas vi chinês preocupado - correndo atrás da
lanterna que não subiu e que começou a pegar fogo no capim seco - tentando
apagar o mini incêndio jogando areia. Menos mal.
Olha a cara de felicidade da Gigi.
Nossa lanterna está quase pronta pra subir.
E lá vai ela!!!
A chinesa, além de nos emprestar o isqueiro,
nos ajudou com esse balão.
Foi como relembrar os bons tempos.
de nossas Festas Juninas.
Gostamos e nos divertimos e vivemos uma parte da cultura chinesa. Mas é
como já falei aqui diversas vezes: os chineses são muito autênticos, se
divertem com coisas simples e pueris. É um povo que pode estar a cada dia um
pouco mais “ocidental”, no que diz respeito a bens de consumo, mas quando
se trata de tradição, eles são “bem chineses” e se orgulham disso.
Uma tradição milenar que os chineses não deixam de celebrar.
Eles acendem caixas como essa de morteiros nas calçadas.
Ontem foi barulho a noite toda. Mais até do que no
próprio dia do Ano Novo.
Na decoração não faltam essas bonitas lanternas.
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