Depois de rezar um pouco e de mais uma grande caminhada e um pit-stop
para o almoço – afinal ninguém é de ferro – continuamos a super terça visitando
o Grande Teatro Nacional, o National
Centre for The Performing Arts - 国家大剧院 - Guójiā dà jùyuàn – aquela grande
construção a poucos metros da Praça da
Paz Celestial que tem a forma de uma elipse. Escrevi sobre o teatro aqui no
blog, no dia dois de dezembro de 2012
– O Moderno Teatro Nacional.
Voltamos lá porque a Cinara ainda não o conhecia. Claro que ela ficou encantada
com o lugar.
Dessa vez o hall de entrada estava decorado com as tradicionais lanternas vermelhas,
ainda por conta das festividades do Ano Novo Chinês.
Aproveitamos para dar uma olhada na programação do Teatro e vimos que agora
em março tem apresentação do American Ballet Theatre, que está em
turnê pela China e vai encenar o famoso Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Já
combinamos de ir. Mais assunto para o blog.
Folder que peguei no Teatro com as informações sobre o ballet.
Quando saímos do teatro nossa intenção era voltar para casa. Mas ao
chegarmos à Praça da Paz Celestial
percebemos que faltavam poucos minutos para às 18h00, hora da tradicional cerimônia
da bandeira da Praça. Resolvemos esperar pra ver. Foram cerca de 50 minutos de
espera, num frio danado que congelava os ossos, apesar de estarmos com várias
camadas de roupa. A situação melhorou um pouco quando outras pessoas começaram
a chegar e bloquearam um pouco o vento, atrás da gente. Eu batia os dentes de
frio.
A cerimônia do Pavilhão Nacional da China acontece diariamente na Praça da Paz Celestial,
independentemente do tempo. Faça frio, sol, chuva ou esteja nevando, a
cerimônia acontece.
E na terça-feira, dia 18 de fevereiro de 2013, o nascer do sol em Beijing aconteceu às 7h02, hora em que
a bandeira nacional da China foi hasteada pela manhã. Como manda a tradição, no
horário do pôr do sol daquele dia, que aconteceu às 17h54, a bandeira foi
arriada.
A avenida Jianguomen foi
momentaneamente fechada para a passagem de 36 soldados que vieram de dentro da Cidade Proibida, pelo arco principal do
Portão do Céu. A maneira como eles marcham é um show à parte.
Os 36 soldados cruzam a Jianguomen.
Dois grupos de 16 soldados se dividiram e passaram pelas laterais no
local onde fica a bandeira para se perfilar de frente para ela. Enquanto isso
os outros quatro se posicionaram para recolher a bandeira. A cerimônia é
realizada em silêncio e o povo respeita o momento. Não sei se na parte da manhã,
quando a bandeira é hasteada, é tocado o hino nacional.
Em frente ao mastro, os soldados se dividem...
...passam pela lateral...
...e ficam perfilados enquanto a bandeira é arriada.
Quando a bandeira chega quase embaixo no mastro, um soldado efetua
diversos movimentos com as mãos, enrolando o pavilhão num cerimonial diferente.
A bandeira não é dobrada, mas, não sei como, o soldado a transfere para um
pequeno mastro. Os soldados voltam a se reagrupar e um deles carrega o mastro
no ombro, com a bandeira semienrolada. Novamente marchando eles voltam a cruzar
a Jianguomen e entram na Cidade Proibida.
A bandeira quase pronta para ser recolhida.
Já no ombro de um dos soldados...
...a bandeira é escoltada para dentro da Cidade Proibida.
Em poucos minutos as pessoas começam a dispersar e carros da polícia
aparecem, com seus autofalantes ordenando alguma coisa. Não entendi, mas
compreendi o que queriam: que a população deixasse as dependências da Praça.
Chega de visitas!
À noite ninguém tem permissão de andar pela Praça da Paz Celestial, mas algumas pessoas permanecem tirando
fotos em frente ao portão da Cidade
Proibida. A iluminação à noite torna o lugar muito bonito.
A iluminação do Portão do Céu é uma das atrações da Praça da Paz Celestial à noite.
Quase congeladas, com praticamente todos os ossos do corpo doendo,
caminhamos para fora da Praça e fomos esperar nossa carona pra voltar pra casa.
A maratona da super terça chegava ao fim, mas apesar de todo o cansaço, valeu a
pena.
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