quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Museu da Guerra Sino-Japonesa e Ponte Marco Polo - Mais turismo em Beijing - Parte 2

No domingo, dia 04, continuamos nosso final de semana de passeios por Beijing.

A 16km a sudoeste do centro da capital está Wanping, no Distrito de Fengtai. Foi lá que visitamos o Museu da Guerra da Resistência Popular Chinesa Contra a Agressão Japonesa (中国人民抗日战争纪念馆 Zhōngguó rénmín kàngrì zhànzhēng jìniànguǎn).

B) Ponte Marco Polo
C) Museu da Guerra Sino-Japonesa


O Museu está localizado dentro da Fortaleza de Wanping. Em 1937, os japoneses que haviam invadido a China, tentaram tomar o controle de Wanping – ponto estratégico para chegarem a Capital Beijing – atacando a Lúgōuqiáo (卢沟 ), Ponte Lugou, mais conhecida como Ponte Marco Polo, porque em sua passagem pela China, no século XIII, o viajante veneziano elogiou muito a arquitetura da ponte. Daí que a batalha entre chineses e japoneses no local passou a ser conhecida como o Incidente da Ponte Marco Polo.

Mas antes de falar da ponte, vou falar do Museu.

Inaugurado em 7 de Julho de 1987, no 50° aniversário do início da 2ª Guerra Sino-Japonesa, o museu possui uma área de 6.000m².

Fachada do Museu.


Em suas amplas salas estão expostas relíquias históricas da guerra, como documentos, fotos, pinturas, mobiliário, armamentos e esculturas. Maquetes e cenários – de diversos tamanhos – mostram momentos da guerra entre chineses e japoneses que matou aproximadamente 20 milhões de pessoas, a grande maioria, chineses.

Enorme painel bem na entrada do Museu.

China e Japão mantém relações diplomáticas, mas os dois países vivem se alfinetando. Existe uma grande rivalidade entre chineses e japoneses. O povo de olhinho puxado daqui, não perdoa o fato do povo do olhinho puxado de lá até hoje não ter admitido que seus soldados cometeram atrocidades durante a guerra sino-japonesa.

Segundo os chineses, os soldados japoneses violentavam e matavam as mulheres que eram presas e não poupavam nem as crianças. Os nipônicos alegam que as mulheres se ofereciam aos soldados. Quem fala a verdade?

Diversas fotos do museu mostram corpos de crianças e adultos que foram massacrados pelos japoneses que, assim como os alemães na Europa, faziam experimentos com seus prisioneiros. Após a guerra, muitos oficiais japoneses foram condenados à forca pelas atrocidades cometidas contra os chineses.

Fotos mostram o estrago da Guerra.
Os japoneses usaram e abusaram da guerra química,
indo contra a Convenção de Haia, o Tratado de Versailles e
a Convenção da Liga das Nações.

Foto de bebê chinês no meio dos escombros da Guerra.


Na época da invasão japonesa, a China vivia uma guerra civil, com o Kuomitang (os nacionalistas) e os comunistas lutando pelo poder do país. Mas para combater os japoneses, os dois lados deram uma trégua nessa briga e se uniram juntamente com o povo chinês, formando uma frente única de combate ao Japão.

Chiang Kai-shek, líder dos Nacionalistas
e da então República da China.

Mao Tse-Tung, líder do Partido Comunista.
Em 1949 ele funda a República Popular da China e
Chiang Kai-shek foge para Taiwan, onde
mantém a República da China.
Até hoje Taiwan se declara independente, 
mas para a China a ilha é parte de seu território.

Armas usadas na Guerra.


Estrutura usada pelos japoneses para torturar os chineses.


Bonecos representando um dos momentos da Guerra contra o Japão.


Bela pintura retratando a Guerra.


Mais um enorme painel.

A Segunda Guerra Mundial transcorria na Europa enquanto chineses e japoneses se enfrentavam em solo chinês. Logo após a rendição da Alemanha, o Japão também se rendeu – após os lançamentos das bombas atômicas a Hiroshima e Nagasaki – e no dia 9 de setembro de 1945, numa cerimônia em Nanjing, cidade no sul da China, os japoneses assinaram sua rendição, dando fim a Guerra Sino-Japonesa.

Foto do histórico dia da rendição dos japoneses frente aos chineses.


Painel retratando o dia 09 de setembro de 1945 e
parte do mobiliário da sala onde foi assinada 
a rendição japonesa.

No alto, da esquerda para a direita,
a bandeira da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos,
da então República da China (bandeira de Taiwan)
e a bandeira do Partido Comunista.


Bandeira dos Países Aliados da 2ª Guerra Mundial.
O Museu tem uma parte que retrata a 
guerra anti-fascismo e anti-nazismo.

Painel com fotos de vítimas da 2ª Guerra Mundial.


Manequim com uniforme usado pelas pessoas
presas nos campos de concentração.

Réplica dos fornos usados pelos nazistas 
para cremar os corpos dos presos
que eram executados nas câmaras de gás.
Os corpos também eram enterrados em valas comuns.

  
Nos últimos anos chineses e japoneses vivem em Paz, apesar de algumas disputas territoriais, como é o caso recente da posse de um arquipélago no Oceano Pacífico, chamado de Diaoyu pelos chineses e de Senkaku, pelos japoneses. Mas isso já é outra história.

A poucos metros do Museu da Guerra está a Lúgōuqiáo (卢沟桥) , mais conhecida como Ponte Marco Polo. A ponte, que começou a ser construída em 1189, é a mais antiga de Beijing. Ela tem 266,5 metros de comprimento e 9,3 metros de largura, e ficou pronta em 1192.

Os arcos da ponte que fica sobre o rio Yongding.

Balaustradas em pedra - contamos 140 de cada lado - sustentam diferentes esculturas de leões. Além dos leões principais, há diversos leões menores escondidos nas cabeças, nas costas, patas ou barrigas das figuras maiores.


Leões em todas os pilares.


Estudos para determinar o número total de animais foram realizados em diversas ocasiões, mas os resultados são inconsistentes, variando entre 482 e 496. Registros apontam que originalmente eram 627 leões.

A postura de cada leão varia, assim como suas idades. A maioria data das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911), alguns são da Dinastia Yuan (1271-1368), enquanto ainda restam pouquíssimos leões da Dinastia Jin (1115-1234).

Detalhe de alguns leões.


Uma das torres da Fortaleza de Wanping
onde fica o Museu da Guerra e a Ponte Marco Polo.


Esculturas e painéis nas laterais do caminho em direção à ponte.


Estela de pedra com escritos do Imperador Qianlong.

 
A ponte foi restaurada pela última vez em 1987.


Com a ponte ao fundo.

Elefantes de um lado e grandes leões, do outro,
parecem empurrar a ponte.


A ponte com uma das Torres da Fortaleza ao fundo.



Uma das quatro colunas que existem nas laterais da ponte.


A Torre mais de perto.

Como falei lá no início, a ponte ficou mundialmente conhecida como Ponte Marco Polo, após ser elogiada pelo comerciante da então República de Veneza, que escreveu:

"Ao longo deste rio, há uma bela ponte de pedra, tão bela, que há poucas iguais no mundo."


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