Xian é muito mais do
que somente os Guerreiros de Terracota. Em 119 a.C. uma rota de comércio
começou a se desenvolver de Xian
diretamente para o Mar Mediterrâneo, sendo a seda o principal produto de venda.
Mais tarde esse comércio entre o Oriente e o Ocidente se tornou famoso e
recebeu o nome de “Rota da Seda”. Xian,
então chamada de Chang’an, iniciava
ali sua grande caminhada como um das principais cidades da China antiga e
também do mundo.
No século VII, Xian tinha um milhão de habitantes, o que a tornava a maior cidade do mundo.
No século VII, Xian tinha um milhão de habitantes, o que a tornava a maior cidade do mundo.
Nossa ida a Xian durou três
dias, visitamos vários lugares na cidade, mas ainda faltou muita coisa pra
conhecer. Mas como o pouco que conhecemos também é muito, vou tentar contar,
dia a dia, como foi nosso tour.
1° Dia em Xian
Museu Provincial de Shaanxi.
Nossa primeira visita na cidade foi ao Museu Provincial de Shaanxi, um dos berços da cultura chinesa. Aberto
ao público em 1991 é considerado o primeiro museu nacional moderno da China. Ocupa
uma área de 65 mil metros quadrados, sendo 8 mil deles reservados aos pavilhões
de exposição, que tem sua arquitetura no estilo da Dinastia Tang.
Entrada do Museu.
Pátio central do Museu.
O museu retrata a história da China de 1.150.000 anos atrás, isso mesmo
– do período pré-histórico - desde o 21° século antes de Cristo até o ano de
1840 da era moderna. Ele possui artefatos usados pelo homem-macaco, assim como
antigas peças de cerâmica e porcelana, objetos de prata e ouro, armas, figuras
dos Guerreiros de Terracota, imagens de Budas, é claro; pinturas, modelos em
escala menor de algumas tumbas, invenções chinesas - como o papel - e conta a
história de dinastias como a Sui, Tang, Song, Yuan, Ming, Qing e Han.
Artefatos expostos no Museu.
Bonecos de Terracota.
Reprodução da Gruta Zhongshan, situada em Zichang, província de Xian.
Pagoda do Grande Ganso
Selvagem
Nossa segunda parada foi no complexo do Templo Da Ci’en (Templo da
Misericórdia e Bondade), onde está situada a Pagoda
do Grande Ganso Selvagem (Dayan Ta), lugar sagrado para os budistas. O
local, que foi construído em 652 durante o reinado do Imperador Gaozong em homenagem a mãe dele, a Imperatriz Wende, abrigava todo o material sobre o Budismo vindo da Índia.
O Templo e a Pagoda ao fundo.
A história conta que no ano de 629 da Dinastia Tang, o monge
chamado Xuanzang partiu da China em direção ao berço do Budismo, na
Índia, seguindo a Rota da Seda e atravessando os desertos, para buscar os
ensinamentos da religião. Após 17 anos voltou trazendo imagens de Buda,
centenas de sutras e muitas outras relíquias do budismo. Ao retornar obteve o
consentimento do Imperador para que todo o material trazido por ele fosse
traduzido para o chinês. Resultado dessas traduções: 1.335 volumes!
A Pagoda é uma obra-prima da
arquitetura budista, com 64,5 metros de altura. Infelizmente estava fechada
para visitação. O terremoto que atingiu a China em 2008 afetou um pouco a sua
estrutura, que sofreu uma pequena inclinação.
Pagoda do Grande Ganso Selvagem.
Mas por que esse nome de Pagoda
do Grande Ganso Selvagem? Diz a lenda que ao ver um grupo de grandes gansos
selvagens voando, um monge disse para si mesmo: "Hoje não temos nenhuma
carne. Espero que o Bodhisattva misericordioso nos dê alguma”. Naquele momento, o
ganso líder selvagem quebrou suas asas, caindo no chão. Todos os monges ficaram
assustados e acreditaram que o Bodhisattva estava lhes ensinando a
serem mais piedosos. Por causa disso, decidiram dar esse nome a pagoda.
Logo na entrada do Templo há duas construções nas laterais: as torres do
sino e do tambor. Há ainda vários halls dedicados aos diferentes Budas e ao
próprio monge Xuanzang.
Estátua do monge Xuanzang.
Monges andando pelo local.
Bem na frente do Templo foi construída uma bela praça que abriga uma
enorme figura do monge. O local é muito procurado para fotos.
Estátua do monge Xuanzang na praça em frente ao Templo.
Nosso primeiro dia de visitas não terminou por aí. Ainda fomos conhecer
a Torre do Sino.
Torre do Sino
Estava anoitecendo quando chegamos a Torre do Sino, localizada no meio de um grande cruzamento de ruas.
Para chegarmos até ela precisamos percorrer uma passagem subterrânea.
A Torre do Sino, construída
em 1384, era um ponto estratégico de observação. Do alto de seus 36 metros de
altura era possível ver a chegada de tropas inimigas. Ela marcava
geograficamente o centro da antiga capital. Só que em 1582, com o crescimento
da cidade, o centro acabou mudando de lugar e a torre foi transferida para 1000
metros a leste de sua localização original. Pode parecer incrível, mas a Torre, toda em madeira, é a original,
com exceção da base onde foi montada após sua mudança de lugar. Mais uma prova
de como os antigos chineses já dominavam complexas formas de engenharia.
Um detalhe: a Torre não
abriga mais o sino original – Jingyun Bell - que está exposto no Beilin
Museum – falo dele daqui a pouco. O que está no local é uma réplica.
Ao lado do sino "fake".
No passado, os veículos podiam cruzar os arcos, sob a Torre, mas com o crescimento da cidade
e o aumento do volume de carros, o local foi fechado ao tráfego.
Do alto da Torre do Sino é
possível avistar a Torre do Tambor.
Nós não a visitamos, mas tirei algumas fotos.
Torre do Tambor vista da Torre do Sino.
Peguei essa foto da Torre do Sino na internet.
É praticamente impossível acessá-la pela rua.
Fomos pela entrada subterrânea.
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