Quando o ar de Beijing vai estar livre da poluição? Vou embora da China
e não tenho uma resposta concreta para essa pergunta.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) mede a poluição no ar através do
nível PM 2.5 (Particulate Matter). Mas o quê vem a ser isso?
PM 2.5 são partículas suspensas no ar, inaláveis, cujo diâmetro não
ultrapassa 2.5μm(1μm=0.001mm – μ é a abreviação de micro
no Sistema Internacional de Unidades.
Refere-se a um milionésimo, ou seja,
1∕30 de um fio de cabelo).
Essas partículas resultam,
fundamentalmente, da queima de combustíveis fósseis e são os principais componentes
das emissões dos veículos motorizados. As partículas
finas, devido ao seu tamanho diminuto, podem atingir os alvéolos pulmonares e
podem ser prejudiciais à saúde (pulmão, garganta, coração etc.).
Para que
a saúde das pessoas não seja afetada, foi definida como densidade padrão diária,
a média abaixo de 35μg/m3. O que dizer, então de viver em Beijing, onde essa média passa muito
longe? Nesse exato momento em que estou escrevendo, o índice lá em fora está em
159,8μg/m3. Mas isso não é nada: já peguei um dia aqui, em fevereiro de 2013, que esse
número chegou a 895!!!!
O ar de Beijing no dia 28 de Fevereiro de 2013.
Interessante
é ver a “briga” entre o órgão chinês responsável por medir a qualidade do ar e a
Embaixada dos Estados Unidos, que faz a sua própria medição. O Primeiro sempre
divulga números pequenos, enquanto que os americanos mostram números
assustadores! Sinceramente? Não dá pra confiar na medição chinesa: a realidade
está “clara” – sem trocadilho – bem a nossa vista. É só olhar o “fog” lá fora.
A poluição é tanta que os carros precisam
andar com os faróis ligados durante o dia.
Veja o
quê a OMS determina quando a quantidade média diária for acima de 70μg/m3:
・Procure não sair de casa;
・Procure fechar as portas e janelas de forma a evitar a circulação de ar poluído para dentro da casa;
・Pessoas com problemas respiratórios, garganta ou nariz, idosos e crianças devem tomar cuidados especiais, mesmo quando a média diária for inferior a 70μg/m3.
Nos últimos anos, a China reforçou regulamentos e vem aumentando os recursos
financeiros no combate à poluição. Diminuir a poluição atmosférica é uma
das principais metas do governo chinês, mas essa “luta” diária está longe de
ser resolvida. Estudos apontam que o nível de emissão de carbono no país vem
diminuindo gradativamente desde 2005, mas a poluição ainda é tanta, que esses
números parecem fictícios.
O governo lança medidas como rodízio de carros, fabricação de veículos
menos poluentes, impõe multas às fábricas que abusam na emissão de gases
tóxicos. Mas as usinas de carvão ainda são a principal fonte de energia da China, o
quê dificulta qualquer mudança de uma hora para a outra.
Os países vizinhos também sofrem com a poluição emitida por aqui. Nuvens
de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio atingem Seul, na Coreia do Sul e
Tóquio, no Japão. Não é preciso nem dizer o quanto esses países criticam o
governo da China por conta disso.
Enquanto as soluções não chegam, o número de vítimas da poluição só
tende a aumentar. Anualmente milhares de pessoas morrem na China por causa de
doenças relacionadas à poluição. O câncer, por sinal, é a principal causa das mortes no país. De pulmão,
garganta...
Vou embora levando a China no coração, mas costumo dizer que deixo parte
do meu pulmão por aqui. Torço e continuarei torcendo para que o problema seja
resolvido o mais rapidamente possível. A China é um belo país que merece ser
lembrado por suas conquistas, seus feitos, suas invenções, e não ser apontado como
um dos países mais poluentes do mundo.
Dados apontam a diminuição da emissão de Gás Carbônico na China.
Controle do nível PM2.5 aponta o Paquistão como o
país mais poluente em 2013.
A China era o 7° e o Brasil 10°.
Dados publicados em matéria do dia 28 de maio de 2014 no site:
Nenhum comentário:
Postar um comentário