terça-feira, 29 de maio de 2012

O Complexo Olímpico de Beijing

Olympic Green é o nome do complexo que abriga as principais instalações das competições dos Jogos Olímpicos de 2008, realizados aqui em Beijing. Os chineses, mais uma vez, não pouparam esforços para mostrar ao mundo do que são capazes. Duas belíssimas construções, entre muitas outras, chamam a atenção no local: o Estádio Nacional de Beijing, mundialmente conhecido por Ninho de Pássaro, e o Centro Aquático, também conhecido como Cubo D’água! Os dois são belíssimos, com designs arrojados.

Na saída do Metrô o encontro com um dos mascotes dos Jogos.

Na entrada do Complexo Olímpico.

A enorme avenida que corta o Complexo.

O Ninho de Pássaro ganhou esse apelido, obviamente, por ter o formato semelhante ao de um ninho, com sua estrutura de ferro e aço toda entrelaçada. As cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos foram realizadas nele. Ainda me lembro do atleta chinês que, preso a um cabo de aço, fez um sobrevoo pelo teto do estádio para acender a pira olímpica. O momento de acendimento da pira é sempre o mais esperado das cerimônias de abertura e cada cidade-sede procura inovar em sua execução. Beijing fez bonito.

O Ninho de Pássaro.

Só vimos pelo lado de fora. Alguns amistosos internacionais de futebol são realizados no Estádio, que pode receber até 80 mil pessoas.


Visual ainda mais bonito quando chega o anoitecer.


A pira olímpica na parte externa do Estádio.


Os anéis olímpicos.


O "logo" dos Jogos é baseado no caracter "jing", que significa "capital" (Bei jing - capital do norte).

Representação das medalhas olímpicas.

Medalha de Ouro...

...Medalha de Prata...

...e Medalha de Bronze.

Um muro do lado de fora do estádio possui a relação de todos os atletas e equipes que conquistaram medalhas nos Jogos. Aqui, no detalhe, a medalha de bronze do Brasil, no futebol masculino.

"Logo" dos Jogos Paraolímpicos que acontecem logo na sequência dos Jogos de Verão.

Gigi, é claro, tirou foto com os chineses.

O Ling Long Pagoda, ou Torre Ling Long, abrigou o IBC, onde ficava a imprensa durante os Jogos.

A tradução de Ling Long é "requintado".

A torre muda de cor.

Ela tem 128 metros de altura e possui, no topo, os anéis olímpicos.

Prédio em forma de tocha que faz parte da antiga Vila Olímpica, que fica dentro do Olympic Green.


Do lado oposto ao Ninho de Pássaro está o Cubo D’Água, local de disputa das provas de natação, nado sincronizado e dos saltos ornamentais.
O Cubo D'Água.

Ele também muda de cor, mas no domingo só ficou azul!

Uma das entradas e saídas do Cubo.

Mascotes dos Jogos do lado de fora do Cubo D'Água.


É incrível ver de perto as milhares de bolhas de plástico que dão forma ao Parque Aquático. O local, do lado de fora, está precisando de um cuidado maior. Alguns lagos e chafarizes ao seu redor estão sujos e entre as placas do piso há tufos de capim. Algumas das bolhas já passaram por remendos. Certa vez assisti na tv um documentário sobre a construção do Cubo D’água e como é feita sua manutenção. Quando um pedaço qualquer desses gomos de plástico furam ou rasgam, são colocadas fitas transparentes sobre a parte danificada. Vimos alguns remendos bem “bizarros” que poderiam ser feitos com mais capricho. Mas a arquitetura e o interior do Cubo encantam e emocionam. Foi legal ver a piscina onde Michael Phelps – nadador americano – escreveu seu nome na história dos Jogos, ao conquistar 8 medalhas de ouro. Uma marca difícil de ser superada.

O Brasil também fez história no Cubo D’Água, com a inédita medalha de ouro de César Cielo na prova dos 50 metros nado livre. Não foi difícil, estando ali , “viajar” no tempo e me imaginar acompanhando, ao vivo, as provas. Deve ser incrível!


A piscina olímpica.

Local de muitos recordes!

As plataformas dos saltos ornamentais.

A piscina de aquecimento é aberta ao público.

Com a medalha "fake".


Teto e parede do Cubo D'Água.


Milhares de "gomos" de plástico.


A decoração interior do Cubo no momento está voltada para os Jogos Olímpicos de Londres, que acontecem agora em Julho. É o espírito olímpico encurtando a distância entre as nações.

Ônibus londrino.

Placa do metrô de Londres, um dos ícones da capital britânica.

Mascote dos Jogos de Londres à venda em Beijing, dentro do Cubo D'Água.

A tocha da direita seria a que foi carregada por Li Ning, o atleta que acendeu a pira olímpica na cerimônica de abertura. Está à venda por cerca de R$18 mil. Não acredito que seja a original.


Parte do Cubo D’Água é, atualmente, ocupada por um Parque Aquático de diversão. Daqueles com piscina de ondas, enormes tubos fechados e abertos por onde as pessoas passam a toda velocidade, como balas humanas; tem também algumas atrações mais leves para a criançada que pode deslizar na água em enormes boias. Engraçado foi ver os modelitos dos chineses: os homens usam um calção enorme e as mulheres um maiô com sainha. Os homens não possuem pelos, então fiquei imaginando meu marido entrando ali. Ele tem o tórax cabeludo e vai espantar os chineses. Será que vão sair correndo, achando que ele vai “sujar” a água? Um dia pretendemos ir até lá para nos divertir e depois eu conto sobre essa história. Certamente vai dar o que falar.

Parque Aquático.

Diversão para todas as idades.





domingo, 13 de maio de 2012

Vôlei de Praia em Beijing


“Sou brasileirooooo... com muito orgulhooooo... com muito amooooorrrrr!”

É muito bom torcer pelo Brasil! E torcer estando tão longe de nosso país é ainda mais emocionante! Ontem gritamos, vibramos, sofremos, pegamos um pouco de chuva e depois muito sol – ficou todo mundo que nem camarão – mas no final valeu a pena! E como valeu! Mais uma vez juntamos um grupo pra lá de animado e fomos assistir aos jogos da etapa de Beijing do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. A quadra é a mesma que foi utilizada nas Olimpíadas de 2010. Mas posso dizer que o vôlei de praia não é muito “a praia” dos chineses. As arquibancadas estavam vazias e os poucos chineses presentes eram bem comportadinhos. Se animaram mais, é claro, quando uma dupla da China – masculina – entrou em quadra. Mas acabaram perdendo e decepcionando a torcida. No feminino, a dupla chinesa que costuma chegar às finais, desta vez ficou pelo caminho.
Mas se os torcedores chineses eram quietinhos, tinha um grupo de brasileiros que entrou para acabar com o silêncio: NÓS!! Ficamos bem pertinho da quadra, vestidos de verde, amarelo ou azul, bandeiras do Brasil, Vasco, Fluminense, chapéu, bandana, lenços...só não levamos instrumentos para a batucada. Mas aí acho que seríamos expulsos da quadra, porque colocaram logo dois guardas pra tomar conta da gente, tamanha era a “bagunça” que estávamos fazendo. No início, quando ficávamos em pé, um deles mandava a gente sentar. Ora, bolas! Dá pra torcer ficando sentada, quietinha? Claro que não, né? Ideia doida de chinês querer que a gente fique comportadinho!! Nem aqui, nem na China... Ops... já estou na China!

Brasileiras com muito orgulho!

Parte da nossa torcida.

A bandeira do Vasco sempre comigo!
  
Mas a gente não se intimidou e o cara acabou desistindo de reclamar. Viu que não tinha jeito. Incentivamos muito as duplas brasileiras. As primeiras a entrar em quadra foram Juliana e Larissa, a dupla número um do Brasil no vôlei de praia. Na semifinal empurramos as meninas pra cima da dupla alemã. Os chineses ficavam nos olhando, certamente pensando: “Tudo doido!” A cada ponto uma explosão de alegria! Nos saques das adversárias, muita zoação: ou gritávamos, ou vaiávamos. Valia qualquer coisa pra tirar a concentração das alemãs. Quando elas erravam o saque fazíamos a festa! E valeu nosso esforço: as brasileiras passaram para a final.

Juliana superando o bloqueio alemão.


Juliana cumprimentando a Amanda, após a 1ª partida.

Logo após o jogo feminino foi a vez de duas duplas brasileiras entrarem em quadra pra se enfrentar, pelas oitavas-de-final. Uma pena, porque uma sairia perdedora. Como era só Brasil em quadra, o jeito foi gritar e vibrar em todos os pontos! Alisson e Emanuel venceram Bruno e Benjamin e passaram para a fase seguinte.

As duplas brasileiras na quadra.

Emanuel superando Benjamin.


Tivemos que esperar um pouco para a decisão do feminino, que só foi disputada às duas da tarde. Sol na cabeça, muita água pra beber e pouca comida. E nada de cerveja! Saímos das arquibancadas e fomos “saborear” um sanduíche chinês, a única opção de comida na parte externa da quadra, além de um sorvetinho. Sabe aqueles quiosques que vendem sanduíche grego, no centro da cidade, no Rio? Pois é, era muito parecido com aquilo. Tinha de frango e de carneiro. No pão árabe, com saladinha... deu pra matar um pouco a fome!

Energias repostas, voltamos pra nosso lugar na arquibancada, pra grande final entre Brasil e Itália. Tentamos agitar os chineses, puxando várias vezes uma “ola”, mas só alguns aderiram! Eles são muito quietinhos, sem graça! Mas, como sempre, alguns se aproximaram pra tirar foto com a gente, ou com a bandeira do Brasil. Não dá pra resistir ao nosso “charme”!

No final, a glória: vitória de Juliana e Larissa! Como é emocionante ouvir e cantar, com toda energia, o hino brasileiro! Ver nossa bandeira lá em cima, no lugar mais alto! Um orgulho!
Larissa sacando contra as italianas.

Após a premiação, gritei para as jogadoras e elas vieram falar com a gente. Consegui o top da Juliana pra Amanda, e o boneco que a Larissa tinha ganhado de prêmio ela deu pra Gigi! Elas agradeceram muito a força que demos. Bem legal!
Premiação das brasileiras.

Caminhando em nossa direção.

Uma alegria só!

Cumprimentando as campeãs.


Larissa com o bonequinho que deu para a Gigi.


Mas a farra não terminou aí. Ficamos esperando a hora do jogo das quartas-de-final da dupla Alisson e Emanuel. Os adversários eram os holandeses. O Brasil perdeu o primeiro set, mas reagiu e virou o jogo, chegando à vitória por dois a um. Mais uma vez não poupamos gritos e cantos de incentivo! Várias vezes os cinegrafistas e fotógrafos que trabalhavam no jogo apontavam suas câmeras e máquinas fotográficas para a gente. Sei que nos viram lá no Brasil, na tv! Também éramos os únicos brasileiros na torcida!! E que torcida animada!! Éramos poucos, mas barulhentos!

Essas animadoras de torcida "sofreram" com a gente.
Quando elas acabavam de dançar, nós, mulheres, gritávamos:
"Barangas! Barangas!"
É claro que elas não entendiam nada!
Só os homens adoravam quando elas entravam em quadra.

Alisson no ataque contra os holandeses.

Emanuel no primeiro plano.

No final do jogo, Emanuel bateu palmas pra gente! 


Mais uma vez chamei os jogadores e consegui as camisas do Alisson e do Emanuel. Eles também nos agradeceram pela torcida. Pena que hoje não fomos assistir aos jogos das semifinais, por causa da comemoração do almoço do Dia das Mães. Alisson e Emanuel acabaram perdendo e ficando de fora da grande decisão. Mas disputaram e venceram o terceiro lugar. Acho que devem ter sentido a nossa falta! Uma pena que não fomos dar nosso apoio!

Já estou de olho, procurando algum outro evento com Brasil aqui na China. Se der, estaremos sempre lá, torcendo e incentivando nossos atletas. E, é claro, mostrando para os chineses e para o mundo, que somos brasileiros, sim, “com muito orgulho e com muito amor”!