sexta-feira, 25 de julho de 2014

Os Nomes Chineses

Li, Wang, Yang, Zhou. Aonde quer que você vá na China pode ser que se depare com um desses nomes. Na verdade são “sobrenomes” e estão entre os dez mais comuns daqui.

Ao contrário de nós brasileiros, os chineses usam o sobrenome à frente do nome. Vou citar um exemplo: a tenista número um do país, conhecida no Brasil como Na Li, é chamada aqui de Li Na. Li é o nome de família dela (sobrenome) e Na o nome propriamente dito. E o sobrenome usado é normalmente o do Pai.

 Lǐ Nà 李娜
O pai dela se chamava Li Shengpeng (Lǐ Shèngpéng 李盛)


Outro exemplo: Xi Jinping (Xí Jìnpíng 习近平) o atual presidente da China. Xi é o nome de família (seu pai se chamava  Xi Zhongxun). O nome da mãe é Qi Xin.

Quando casam, as mulheres chinesas não costumam adotar o nome dos maridos: elas permanecem com o nome de solteiro. A mulher de Xi Jinping se chama Peng Liyuan (Péng Lìyuán, ) -  ela também não tem o sobrenome do marido. Já a única filha do casal se chama Xi Mingze (Xí Míngzé, 习明泽). Repare que ela leva o sobrenome do Pai e não da Mãe.

Ao escolher o nome de seus filhos, os chineses quase sempre procuram associar os nomes masculinos à força e firmeza, enquanto que no das mulheres são empregados diminutivos, ou nomes ligados à beleza e às flores.

Nomes femininos:
Xiaoli = Jasmim da manhã
Meili = bela
Ling – Delicada 
Hua - Flor

Nomes masculinos:
Li – Forte 
Yong – Corajoso
Hu – Tigre 


Mas no passado a coisa era mais complicada.

O terceiro Imperador da Dinastia Ming tinha como nome de nascimento Zhu Di (Zhūdì, 朱棣), onde Zhu é o nome de família e Di o nome próprio.

Zhu Di se autoproclamou Míng Chéngzǔ (明成祖 Imperador Ming) e ao ser coroado, em 1402, aos 42 anos, passou a se chamar Imperador Yongle (Yǒnglè,永樂), nome associado a seu reinado.

Antes ele também era conhecido como o Príncipe de Yan (Yàn wáng, 燕王), um título feudal do antigo estado chinês de Yan.

Ao morrer recebeu o título de Imperador Wen (Wén huángdì, 文皇帝).

São muitos nomes para uma pessoa só, não é mesmo?

Imperador Yongle.


Mas a “confusão” não parava aí.

Como era tradição, Imperadores e Imperatrizes recebiam um nome póstumo. Veja o de Cixi (Cíxǐ, 慈禧), uma concubina do Imperador Xianfeng (7° Imperador da Dinastia Qing a governar a China, de 1850 a 1861) que se tornou Imperatriz Consorte:

xiào qīn cí xǐ duān yòu kāng yí zhāo yù zhuāng chéng shòu gōng qīn xiàn chóng xī pèi tiān xīng shèng xiǎn huáng hòu

孝欽慈禧端佑康頤昭豫莊誠壽恭欽獻崇熙配天興聖顯皇后  

Numa tradução não literal, algo como:
Imperatriz admirável, bondosa, de boa saúde, sincera, de longa vida, admirada, adorada, próspera, celestial, aparência de santa...

Eles costumavam dar vários adjetivos elogiosos, mesmo quando o Imperador ou a Imperatriz não eram lá muito bonzinhos. É aquela coisa: depois que morre, vira santo!

Imperatriz Cixi.










quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Museu Nacional da China

Eu não podia ir embora da China sem visitar o Museu Nacional. O Zhōngguó guójiā bówùguǎn (中国国家博物) está localizado na Praça da Paz Celestial, bem em frente ao Palácio do Povo, a sede do Governo.

O Museu Nacional ao fundo.


Em frente, do outro lado da Praça, o Palácio do Povo.


O prédio imponente abriga em 48 salões de exibições, uma coleção de cerca de um milhão e cinquenta mil itens, da época do Homem de Yuanmou – há 1.7 milhões de anos – até o fim da Dinastia Qing – a última dinastia imperial chinesa.

O Museu Nacional da China, inaugurado em 28 de Fevereiro de 2003, foi construído sobre a base do antigo Museu de História Chinesa e do antigo Museu de Revolução Chinesa. Após quatro anos de reforma e ampliação, o novo Museu Nacional foi reaberto em Março de 2011, passando a ser um dos maiores e mais modernos museus do mundo.



Detalhes da fachada.


Não é preciso pagar para visitar o Museu – somente as visitas aos salões especiais são cobradas. Por isso, é um dos locais mais visitados da Praça da Paz Celestial. As filas são imensas. 

Os estrangeiros precisam mostrar o passaporte ou a identidade chinesa temporária - o nosso caso - para pegar o ticket de entrada.


A fila estava grande, mas levamos apenas 20 minutos para entrar.


Pátio de entrada do Museu.

Pra mim, que visitei tanta coisa aqui na China, nada como “fechar o ciclo” conhecendo e aprendendo, num só lugar, um pouco mais desse país rico em história.

Foram três horas dentro do Museu, entrando e saindo de salões, explorando cada pedacinho. Só não visitamos uma exposição, paga, dedicada a Roma – afinal estava ali para aprender mais sobre a história da China.

Não há como não ficar de “boca aberta” com a grandiosidade do Museu. Os chineses realmente têm mania de grandeza e não poupam esforços para demonstrar isso. Se por fora o local  já chama a atenção pela imponente fachada, lá dentro é de tirar o chapéu. O hall de entrada é fantástico. Um show de engenharia e arquitetura. O pé direito é altíssimo. Sem falar que o lugar brilha: é tudo muito limpo.


Hall de entrada.

Painel bem no centro do hall de entrada.


Tudo amplo e brilhando.


Hall de entrada visto do alto.


Nesse hall de entrada estão expostas várias esculturas. Tudo graaaaandeeeeeee.


Esculturas no hall de entrada.



"Os Sete Sábios do Bosque de Bambu".

Eu aponto uma única falha no Museu: não existe um mapa do local para ser distribuído. A solução é fotografar o "guia" exposto no balcão de informações e ir consultando a imagem sempre que necessário. Um pouco chato ficar toda hora tendo que pegar o celular pra se localizar. O Museu é bem sinalizado, mas como é muito grande um mapa ajudaria na hora de traçar um roteiro.

O jeito foi consultar essa foto para se "achar" no Museu.


Começamos a nossa visita pelo subsolo, no nível B1. Lá está a exposição permanente Ancient ChinaA China Antiga. A histórica da China é contada na ordem cronológica das Dinastias, tudo dividido em oito seções, abrangendo do período pré-histórico às Dinastias Ming e Qing.

A exibição mostra o contínuo progresso e desenvolvimento da civilização chinesa e seu curso histórico até a construção de uma grande nação multiétnica, além de destacar as realizações do país que contribuíram para o desenvolvimento da humanidade.


A China Antiga.

Mapa em alto relevo na entrada da exposição.


O Homo erectus.


O Homo sapiens.


O Homem das Cavernas de Zhoukoudian.
Como já citei no post "Explorando o Berço da Civilização Chinesa - parte 2: 
O Homem de Pequim", em 13 de Abril de 2013, 
estudos apontam que o Homem de Pequim pode
ter vivido na região de Zhoukoudian 800 mil anos a.C.
Algo em torno de dois milhões de anos atrás na escala de
tempo geológico.

O Homem e o fogo.


Restos encontrados numa tumba 
em Xishuipo, Puyang, na Província de Henan, em 1987.
Ao lado dos ossos, as figuras, em conchas,
de um dragão e um tigre.


Panela de bronze da Dinastia Zhou Ocidental usada
para armazenar água.
Descoberta em Baoji, na Província de Shaanxi.


Objetos de bronze do Período das Primaveras e Outonos.


Cavalo e Guerreiros de Terracota.
Dinastia Han.


Mortalha de Jade com acabamento com
fios de ouro.

Essa mortalha foi feita para Liu Xiu (55 a.C),
Rei do Estado de Zhongshan.
A mortalha de Jade era usada como roupa de enterro
de Imperadores da Dinastia Han, nobres e pessoas
que tinham algum status social.


Cavalo de cerâmica vitrificada.
Da Dinastia Tang (618-907 d.C).


Nas paredes, sempre as indicações dos períodos expostos.


Miniatura de barco da Dinastia Song.
Restos de um barco como esse, mas em tamanho
natural, foram encontrados em Quanzhou, na Província de
Fujian, em 1974.


Modelo de figura de bronze com
os pontos usados na acupuntura.
Na época dos exames da Academia
Imperial de Medicina, um boneco
como esse era preenchido com água e
coberto com cera de abelha, e os
estudantes tinham que identificar seus pontos.


Relógio de Água: instrumento com peças em bronze
usado para medir o tempo.
Dinastia Yuan.


Espécie de coroa usada pela Imperatriz Xiaoduan,
da Dinastia Ming.


Reprodução do Imperador Qianlong.


Sino de Bronze da Dinastia Ming.
Esse sino foi feito para a sétima jornada do
almirante Zheng He, para lhe dar sorte
e uma boa viagem.


Peça de cetim com fios de ouro
com desenhos de nuvens e dragões.
Dinastia Qing.


Porcelanas da Dinastia Qing.


The Road of RejuvenationA Estrada do Rejuvenescimento – também é uma exposição permanente do Museu. Ela mostra o caminhar do povo chinês, que após ser reduzido a uma sociedade semicolonial, semifeudal e quase destruído como consequência da Guerra do Ópio em 1840, se reergueu da humilhação e miséria, e conseguiu rejuvenescer o país.



Painel na entrada da seção
A Estrada do Rejuvenescimento.


Enquanto os países do Ocidente desfrutavam de
um desenvolvimento rápido e entravam num
período de expansão - na foto uma máquina
da Revolução Industrial inglesa - a China
vivia o caminho oposto.
O Império Qing fechou o país para o mundo,
engessando e estagnando a sociedade chinesa.
A China foi assolada por crimes, pilhagens e a
diferença com as forças do Ocidente se tornou cada vez maior.


Após os ingleses darem início a Guerra do Ópio, em 1840,
várias nações atacaram a China como abelhas num enxame.
Esses ataques levaram o Império Qing a assinar uma série de tratados
para garantir a sobrevivência chinesa. Só que os privilégios
sociais, econômicos, políticos e culturais dados aos estrangeiros 
afundaram cada vez mais o país.
Mas na busca pela independência nacional e a liberdade de seu povo,
a China começou a traçar o caminho para o renascimento.


O Povo chinês começou a combater os estrangeiros, frustando 
as forças imperialistas que insistiam em subjugar a China.
Cansado das humilhações e de viver na miséria,
o povo refletiu sobre o futuro da nação e foi às armas.


A classe feudal tentou manipular a classe camponesa,
mostrando algumas transformações do país. 
Mas nada foi capaz de remover a ideia do povo
de que era hora de mudar e libertar a China.


A Revolução de 1911 derrubou a
Dinastia Qing e pôs fim a dois mil anos
de monarquia feudal, estabelecendo a República da China.
Foi a primeira grande mudança do país no século XX.


O líder da Revolução de 1911 foi
Sun Yat-Sen, primeiro presidente e 
fundador da República da China.
Era chamado de "O Pai da Nação".


A Revolução de Outubro na Rússia trouxe o Marxismo para a China,
fazendo com que o país voltasse sua atenção para o Socialismo.
A integração do Marxismo com o Movimento dos Trabalhadores
deu origem ao PCC - o Partido Comunista da China.
Estava começando uma nova Revolução.


O líder desse novo movimento foi Mao Tse-tung.
A China vivia uma guerra civil e um conflito de ideias
entre dois partidos: o Kuomintang, partido da situação 
(Partido Nacionalista Chinês), 
e o PCC, da oposição.
Prevaleceria a força de Mao e seus aliados.


A Guerra Civil chinesa teve uma trégua quando o país se uniu
para expulsar os japoneses que invadiram e tomaram
algumas cidades chinesas.
Foi a chamada Guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa.
As atrocidades japonesas em solo chinês foram muitas - até hoje
China e Japão têm relações "delicadas".
Mas o Japão acabaria se rendendo, pondo fim a
Segunda Guerra Sino-Japonesa.


O Japão se rendeu em duas frentes: diante dos chineses
e perante o mundo, com a assinatura de sua rendição 
da II Guerra Mundial, a bordo
do USS Missouri, no dia 2 de Setembro de 1945, no Havaí.


Com o fim da Guerra contra o Japão, a China se viu diante 
de uma escolha: seguir com o Governo de Chiang Kai-shek - sucessor
de Sun Yat-sen - ou aderir ao PCC, que
através de Mao Tse-tung reivindicava o quê
chamavam de Nova Revolução Democrática.


Barco de madeira usado para transportar soldados
do Exército da Libertação Popular na Campanha 
da Travessia do Rio Yangtze, em 1949.


As muitas bandeiras da China.


Letra do Hino Nacional da China.


Atual bandeira e brasão chineses.


No dia 1° de Outubro de 1949,
Mao Tze-tung finalmente
fundou a República Popular da China.


Reprodução do local onde Mao Tse-tung fez o
anúncio do novo país,
do alto do chamado Portão da Paz Celestial,
a entrada da Cidade Proibida, em frente a
Praça da Paz Celestial, em Beijing.


Microfone usado por Mao que
disse, entre outras coisas:
"Nós nos reerguemos".


Foto do povo em frente ao Portão da Paz Celestial.


A exibição engrandece o papel do Partido Comunista Chinês, o qual cita como responsável pelo grande desenvolvimento do país e o bem estar de sua população. Palavras como Marxismo, Socialismo, Vibrante Economia de Mercado Socialista e Nova-Democracia são exaltadas, assim como o que chamam de Socialismo com Características Chinesas.


Espaço dedicado ao Socialismo com Características Chinesas.

A “ode” ao socialismo está explícita nas paredes do museu. Um banner diz o seguinte:

“A História provou que sem o PCC – Partido Comunista da China – a República Popular da China não seria o quê é hoje, nem teria um socialismo com características chinesas; o socialismo é o único caminho para salvar a China, e a reforma e abertura são a única forma para o desenvolvimento da China, do socialismo e do Marxismo”.

Diz ainda:

“O socialismo com características chinesas segue a orientação do Marxismo-Leninismo, os pensamentos de Mao Tse-tung e as teorias de Deng Xiaoping em busca de uma sociedade moderada e próspera”.


Quero deixar bem claro que não me coloco no meio de discussões políticas, mas que sou a favor da Democracia, da liberdade. Mas pelo que vivi aqui na China nesses quase três anos, posso afirmar que esse “modelo chinês de governo” em alguns momentos funciona bem. Em outros, nem tanto. Talvez funcione só mesmo aqui, onde o povo é pacato e respeita sua cultura. Eu me pergunto: “A democracia brasileira é modelo para alguém? Ultimamente estamos mais para Anarquia do que outra coisa”.


Mas vamos voltar ao Museu. Da China feudal à China atual está tudo ali. Fotos, pinturas, esculturas, relíquias históricas... Tudo muito bem documentado.


Encontro entre Mao Tse-tung e o Presidente 
dos Estados Unidos, Richard Nixon,
em 21 de Fevereiro de 1972.


As bandeiras de Portugal e China usadas no dia
da assinatura da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa
na Questão sobre Macau, em 1987.


A história mostrada no Museu não cita os 
anos difíceis sob o comando de Mao Tse-tung -
quando o país voltou a viver um momento conturbado, 
  com a Revolução Cultural.
Somente com a chegada ao poder de Deng Xiaoping é que
a China começou a se abrir para o mundo,
apesar de alguns problemas no percurso,
como o conflito na Praça da Paz Celestial, em 1989.
Esse, por sinal, é um episódio ignorado
pelo governo chinês. Falar sobre ele é proibido.
Na foto, o encontro de Deng Xiaoping - sucessor de Mao Tse-tung -
com a Primeira Ministra do Reino Unido,
Margareth Thatcher, em setembro de 1982.


A China na Antártica.
O país possui atualmente quatro estações científicas 
no continente.


Jiang Zemin, um dos Presidentes da RPC.
Durante seu governo a China recebeu a devolução
do controle sobre Hong Kong e Macau,
respectivamente da Grã Bretanha e de Portugal
(ambas em 1997).


Da esquerda para a direita:
o Primeiro Ministro britânico, Tony Blair,
o Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton,
Jiang Zemin, Presidente da China,
o Presidente da França, Jacques Chirac e
o Presidente da Rússia, Vladimir Putin,
na Cúpula do Millenium das Nações Unidas,
realizada em Setembro de 2000, em Nova Iorque.


Hu Jintao, até recentemente, em 2012, o Presidente da China.


Os Jogos Olímpicos de 2008,
sediados em Beijing, foram sem dúvida alguma
um dos grandes momentos da recente história da China.


O desenvolvimento da China não para:
o país já tem sua própria tecnologia em material
bélico, depois de depender durante anos 
dos russos.


Hu Jintao e outros líderes mundiais - entre eles Lula -
no encontro do G-20, na Cúpula dos Mercados Financeiros 
e a Economia Mundial,
em novembro de 2008, em Washington.


Em 2003 a China lançou um homem ao espaço
pela primeira vez.
Na foto, a cápsula Shenzhou V usada para
a reentrada na Terra.


Mais um belo painel do Museu.


Havia muita gente, mas o lugar é
tão grande que cabe todo mundo e ainda sobra espaço.



Um dos salões da ala sul abriga uma exposição dos objetos recebidos pelos líderes chineses de outros líderes mundiais, em visita à China. Procuramos bastante e achamos um presente do Brasil.



Painel com o título
"Os intercâmbios de amizade entre as testemunhas da história".


Encontro do BRICS - Grupo que reúne
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - na Índia,
em Março de 2012. 
A Presidente Dilma é a primeira, da esquerda para a direita.
Hu Jintao era o Presidente da China.


Salão com presentes dados aos líderes chineses
pelos líderes de outros países.


Tucano de cristal e prata dado pelo então
Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e sua esposa,
Dona Ruth Cardoso,
ao Presidente da China, Jiang Zemin, em Abril de 2001.


Jarro de prata e cristal, presente do
Primeiro Ministro de Portugal, Cavaco Silva,
para o Presidente Li Xiannian, em Abril de 1987.


Na entrada do salão, o mapa com a China como o centro do mundo,
como eles costumam mostrar o mapa-mundi por aqui.
Lembrando que Zhōngguó, o nome da China, em
chinês, significa, "País do Meio".


A parte dedicada à porcelana chinesa é de encher os olhos. Não há como não se encantar com cada vaso, cada enfeite...



A Arte da Antiga Porcelana Chinesa.


Um vaso mais lindo do que o outro.


A tradicional porcelana azul e branca.


Peças de todos os tipos...


... E tamanhos.


Há também as coloridas.


As vitrificadas.


Com pinturas diferentes.


E design diferente também.



Não podia faltar, é claro, uma exposição de Budas. Mais uma pra minha “coleção”. Em três anos acho que vi uns 100 mil Budas. Exagero? De forma alguma. Só num dos sítios em Datong havia mais de 50 mil imagens. E Buda tem em todos os lugares na Ásia, não só aqui na China.



O Salão Central número 2, dedicado as imagens de
Buda e as peças em cobre.


Budas de todos os tipos.


Cabeça de um Avalokitesvara Bodhisattva.
Dinastia Song.


Avalokitesvara Bodhisattva sentado.
Na mão direita, uma flor de lótus.
Dinastia Song.


Buda em pé cercado por dois Bodhisattvas.
Dinastia Wei.



Recipiente para comida feito em bronze.
Dinastia Zhou.


Instrumento musical de bronze.
Do Período das Primaveras e Outonos.
Descoberto em 1955, na tumba de Cai Zhao Hou
em Shouxian, Província de Anhui.


Outra exposição interessante – se é que alguma não era – é a que mostra a Antiga Moeda Chinesa: do dinheiro em conchas ao papel-moeda.


A história da Moeda Chinesa.
Muitas das peças ali expostas foram doadas ao Museu
por grandes colecionadores.


Objetos como conchas foram as primeiras 
moedas de troca da China durante as
Dinastias Shang e Zhou.
A partir das Primaveras e Outonos e dos Reinos Combatentes
começaram a surgir as primeiras moedas de bronze e ouro.


Moeda chinesa da época da Dinastia Zhou.


Mudavam as Dinastias e mudavam as moedas.
Essas são da Dinastia Song, feitas de bronze e ferro.
Na Dinastia Song já circulava, também,
o papel-moeda.


Em 1260, Kublai Khan mandou emitir dois tipos de 
papel-moeda com valores de 10, 20, 30, 50, 100, 200, 300
e 500 wen, e 1 e 2 guan.


Em 1853, durante a Dinastia Qing, foram lançados dois tipos de 
papel-moeda. Um tinha cinco denominações (1-50 liang, unidade monetária de prata),
enquanto o outro tinha nove denominações (250-100,000 wen, unidade para moedas de cobre).


Também em 1853, a Dinastia Qing mandou emitir três tipos de
moedas de cobre (4-1,000 wen) com um alto valor nominal inflacionado.
Essas moedas não foram bem aceitas pelas pessoas e caíram muito de valor.
Três anos depois elas deixaram de ser emitidas.


Moldes de moedas.


Moldes de papel-moeda.


Outros moldes de moedas.
No final do Século XIX surgiram 
as primeiras máquinas de cunhar moedas.


Há ainda uma exposição dedicada às Esculturas Africanas. São cerca de 600 obras, a maioria feita pelas mãos de desconhecidos artistas de tribos africanas. Nas palavras do diretor do Museu Nacional da ChinaLu Zhangshen, “A Arte é uma forma de estreitar as relações culturais e de amizade entre a China e a África”.


Esculturas africanas.



Em outro espaço, exemplares dos antigos móveis chineses.


Foto aérea da Praça da Paz Celestial.
Ao fundo, no norte, A Cidade Proibida.
Do lado direito, leste, O Museu Nacional.
Do lado esquerdo, oeste, O Palácio do Povo.
Quase no centro da Praça, O Mausoléu de Mao Tse-tung.
Embaixo, no sul, a Qianmen e a Torre de Tiro com Arco, ou Torre das Flechas.



Terminamos a visita, eu e Gigi, exaustas de tanto andar pra lá e pra cá, mas um pouco mais “cultas”.

Me arrependo de não ter procurado se tinha à venda algum livro ilustrado sobre o Museu. Certamente que sim. Mas não tem problema. Tirei 228 fotos e ainda levo “na bagagem” um pouco mais da história da China. É assunto pra vida toda!