segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entrando numa fria, mas no bom sentido – 2ª parte

Depois do resort em Badaling fomos jantar numa cidadezinha perto, que não guardei o nome. À mesa, só comidas típicas chinesas: frango, carne de porco, arroz, camarão, peixe, legumes, sopa... provei quase tudo e gostei, apesar de alguns pratos serem picantes. O sucesso ficou por conta da cabeça do frango, que os chineses costumam comer. A garotada fez a festa, espetando a bichinha e desafiando uns aos outros, quem iria comer. Um dos rapazes comeu a crista! Argh!

Esperamos a noite cair para ir ao 26º Festival das Lâmpadas e do Gelo no desfiladeiro de  Long Qing, em Yanqing. De longe o visual já é bonito, com as montanhas iluminadas, como se fossem a Muralha da China. Enormes ideogramas chineses também enfeitem os montes.

Quando saímos do ônibus encaramos um frio enorme. A temperatura estava em torno de -11 graus. Mas valeu a pena. As esculturas de gelo, vindas da cidade de Harbin, são muito bonitas. O trabalho feito no gelo é incrível. Só pra registrar: Harbin é a chamada “Cidade do Gelo”, que fica no nordeste da China. Nessa época do ano, os termômetros por lá chegam a marcar -40 graus!

Passeamos por entre as esculturas, tiramos fotos, deslizamos em tobogãs de gelo e quase morremos de frio, apesar de toda a roupa apropriada que usávamos. Ficamos imaginando como deve ser cruel em Harbin.

Alguns, do grupo, já visitaram o desfiladeiro de Long Qing no verão. Disseram que é muito bonito, que dá pra andar de barco perto da barragem. Mais um evento pra marcar no calendário.

Mas a diversão veio no final. Para voltarmos para o estacionamento, onde nosso ônibus havia ficado, era preciso pegar um pequeno veículo aberto, como os dos Parques da Disney. Só que nos Estados Unidos, o trenzinho para, você entra, senta calmamente, as crianças não podem viajar na ponta ou desacompanhadas, ninguém pode ir no colo, ou colocar parte do corpo para fora...é tudo organizado. O veículo só sai quando um funcionário dá o “ok” para o motorista lá na frente. Bem, aqui na China a coisa é bem diferente. O primeiro mini-ônibus nem chegou a parar e um bando de chineses pulou, literalmente, pra dentro do veículo. Ficamos ali, com caras de patetas, vendo a esperteza da turma de olhinhos puxados. Ah, mas eles brincaram com fogo! Quando o ônibus seguinte se aproximou, foi um tal de pular pra dentro do veículo, com ele ainda em movimento. Mas não coube todo o grupo e o jeito foi esperar o próximo. Fui para o outro lado da pista e quando o mini-ônibus se aproximou, me joguei no colo da Ingrid, porque era o único lugar vago. Outros também foram no colo dos outros, pernas balançando para o lado de fora, como eu. Vale tudo! Minhas pernas quase congelaram por causa do vento. E a sensação de que ia cair dali, com o carro andando? Minha mochila, que estava nas costas, ficou esbarrando na motorista, que começou a me empurrar e a falar um monte de coisas em chinês. Eu não estava nem aí, não entendia nada, mesmo! Já que a bagunça era completa, demos alguns “u-hus” ao longo do caminho e eu gritei “Argentina”, afinal, brasileiro é povo comportado, certo? Brincadeiras à parte, gente, é inacreditável o que aconteceu pra pegar esses mini-ônibus. Não há a mínima segurança e vale tudo. Vence quem é mais esperto. Se ficar esperando o veículo parar direitinho, vai ficar no frio a noite toda e não vai conseguir voltar para o estacionamento, só se for caminhando. Se me contassem, eu não acreditava!
FOTOS DO PASSEIO

Fartura à mesa


Visual das Montanhas

Descendo no tobogã de gelo

Escultura de gelo

Esculturas em gelo









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