quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A loucura do trânsito

Já são quase 10 dias morando em Beijing. O tempo voa. Nos primeiros dias o foco era arrumar logo um apartamento para alugar, para sairmos do hotel e começarmos nossa nova vida. E chega de “viver” dentro das malas. Demos sorte e logo encontramos nosso cantinho. Nosso novo senhorio foi muito simpático, equipou o apto com novas TVs, colocou a mesa que pedi na copa. Engraçado foi vê-lo limpando o apto com uma caixa de lenços umedecidos. Isso mesmo. Ele limpava com uma carinha de satisfação, como quem mostrava que estava deixando tudo “nos trinques” pra gente. É claro que a faxina foi grande, quando entramos. Ainda hoje ainda falta o que fazer, mas vamos arrumando tudo aos poucos.

O que mais chamou minha atenção nesses primeiros dias? O trânsito caótico em Beijing. Os chineses ainda precisam aprender muito sobre as leis de trânsito. Até tive uma discussão, no bom sentido, com a minha filha mais velha, quando critiquei a maneira como eles dirigem: entram na contramão, quando o sinal abre é a lei do mais forte, ou do mais esperto, pedestres atravessando sem cerimônia na frente de qualquer um. Uma verdadeira loucura. Minha filha argumentou que pra eles esse é o modo certo. Meu Deus me ajude! É muito carro e pode-se levar uma hora para percorrer um trecho em que normalmente se gasta 5 minutos. O barato é ver os carros tirando fininho um do outro. Eu me encolho toda, fico achando que não vai dar pra passar, mas lá vão eles, no jeitinho chinês de dirigir.

A dica aqui, para atravessar uma rua: fique sempre atento, olhe seguidamente para todos os lados, porque do nada pode aparecer um carro, uma bicicleta, um riquixá – aqueles triciclos que carregam pessoas. Se não fizer isso você corre o sério risco de ser atropelado.

Ah, até agora só vi um ou dois chineses cuspindo no chão, ou limpando o nariz – argh – mas nada como imaginava, ou seja, cusparada pra todos os lados. A cidade é muito limpa, não se vê lixo no chão. E olha que são milhões aqui em Beijing.

O chinês não pode ficar parado que dorme. O motorista da corretora que nos mostrou os aptos dormiu em pleno engarrafamento. Quando eu vi, falei para meu marido e minhas filhas que não acreditava naquilo: o cara dormindo na minha frente. O sinal abriu e ele nem aí. Minha vontade foi cutucá-lo e avisar “moço, o sinal abriu”. A corretora estava ao telefone e nem percebeu que ele estava dormindo. Quando terminou a chamada começou a falar com ele que, aí sim, acordou e percebeu que a fila tinha andado. Uma loucura. Também já vi passageiro de táxi dormindo ao lado do motorista. E aqui eles não têm o costume de colocar o cinto de segurança, ou seja: a possibilidade de dar com a cara no vidro, numa freada, é grande. Coisas de chinês.

No próximo post vou contar um pouco da aventura de ir, pela primeira vez, ao supermercado na China. E em pleno feriado do Ano Novo Chinês? Parecia Maracanã em dia de decisão de campeonato.

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