segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Xian 4 - 3° dia


3° Dia em Xian
  
Beilin Museum ou Museu da Floresta de Estelas de Pedras

Começamos o terceiro e último dia em Xian visitando o Beilin Museum. Esse museu abriga Estelas de Pedras com cerca de 900 anos de história. Os chineses antigos usavam placas de pedra como hoje usamos folhas de caderno. Eram os “livros” mais lidos pelos intelectuais da sociedade feudal da época. O museu já foi o principal da província de Shaanxi, onde fica Xian, e ocupa uma área de 31 mil metros quadrados.

Alguns dos escritos gravados nas pedras contam fatos históricos relatados por renomados calígrafos, como a troca de ideias entre a cultura chinesa e a de outros países. Nos tempos antigos a caligrafia era tão importante quanto a pintura, dentro da arte chinesa.

Trechos dos “Anacletos de Confúcio” – uma das relíquias da história chinesa - estão gravados nessas pedras que por serem centenas, acabaram fazendo o local ser conhecido como a “Floresta de Estelas de Pedras”.



Portal de entrada do Museu da Floresta de Estelas.


Jingyunsino original da Torre do Sino que está em exposição
no Museu da Floresta de Estelas.
Ele pesa seis toneladas e possui inscrições do Imperador Ruizong, da dinastia Tang. 


Umas das estelas de pedra do museu.


Fachada do Museu que antes era o Templo de Confúcio.


Estela com ensinamentos de Confúcio escrita pelo 
Imperador Xuanzong.


Estela escrita pelo monge Daoyin, famoso mestre budista na época da Dinastia Tang.


Homem finalizando um trabalho que depois será vendido
na banca de souvenires do local. É uma folha presa a parede que possui
ideogramas em alto relevo. O homem dá leves batidas no papel com um pano embebido em tinta.
As letras ficam brancas e o fundo do papel preto.
Uma peça dessas leva cerca de três dias para secar.


Estátuas em exposição num dos cinco salões do Museu.



Estacas usadas para prender animais nos tempos antigos.
Essas foram trazidas do norte do rio Weihe, na província de Shaanxi.


Estátua com a imagem de Laojun, também chamado de Laozi
Ele foi um grande pensador, fundador do Taoísmo no período que
os chineses chamam de Primavera e Outono - período que se passa entre 770 e 446 a.C. 
Recebeu esse nome por causa das crônicas conhecidas como 
"Os Anais de Primavera e Outono", de Confúcio
Originalmente ficava no Palácio Huaqing, no Hot Springs. 


Construção que abriga algumas estelas.


Imagem de Confúcio gravada numa das estelas.
  

A Grande Mesquita

Nossa segunda parada do dia foi no bairro muçulmano da cidade, para conhecer a Grande Mesquita (Da Qingzhen Si), um dos maiores e mais bem conservados templos islâmicos de toda a China.

Mesquita, construída no ano de 742 durante a Dinastia Tang, ocupa uma área de 12 mil metros quadrados e é dividida em quatro pátios repletos de jardins. A religião islâmica foi introduzida na China por mercadores árabes e viajantes da Pérsia e do Afeganistão.

Para minha surpresa, a Mesquita lembra muito pouco os tradicionais templos islâmicos. Essa de Xian tem a arquitetura bem chinesa.

Ao contrário de um templo budista típico, o eixo grande da Grande Mesquita de Xian está alinhado de leste a oeste, de frente para Meca.

Logo na entrada há um grande arco de madeira de 9 metros de altura, feito no século 17.

Arco ou portal de madeira na entrada da Mesquita.


Um outro arco, mas de pedra, marca a entrada para o segundo pátio, assim como dois pequenos portais, posicionados nas laterais. Ambos contém escritos de dois importantes antigos calígrafos chineses.


Outro portal como esse, à esquerda, marca a entrada para o segundo pátio. 


No terceiro pátio está o Minarete da Introspecção, uma pagoda octogonal com telhado triplo.


Minarete da Introspecção.



Um dos aposentos espalhados por um dos pátios.




Grande Mesquita propriamente dita está no quarto e último pátio. É o local de oração que fica fechado aos não muçulmanos. Durante nossa visita vi apenas um rapaz entrar nela, depois de retirar os sapatos na entrada. Assim como nós, outros visitantes ficaram apenas observando o local, em silêncio, e tirando fotos.

O interior da Mesquita é simples, com centenas de pequenos tapetes no chão. No teto estão gravadas inscrições do Alcorão.




O interior da Grande Mesquita.


Arco de pedra com inscrição em árabe, 
bem em frente a Grande Mesquita.


Após conhecermos a Mesquita passamos rapidamente por algumas lojinhas do Beyyuanmen Muslim Market – mercado muçulmano Beyyuanmen. Imaginei que veria muito árabes nos stands de venda, mas me enganei: todos os que vi eram chineses. Se são chineses muçulmanos, não sei. Registros indicam que a população muçulmana local é de cerca de 20 mil pessoas. Atualmente, a maioria dos habitantes do bairro são os descendentes dos antigos imigrantes.


Explorando o bairro muçulmano.


  
Gao Yue Song e o Show de Sombras

Depois da Grande Mesquita partimos para uma visita lúdica: assistimos ao Puppy Shadow Show, ou Show de sombras com bonecos, espetáculo com marionetes, também conhecido como show de luzes, que usa um velho estilo de ópera popular tradicional e que é muito popular na planície central de Shaanxi.

A performance acontece num dos 86 cômodos da antiga residência de Gao Yue Song, chinês que no décimo ano do Imperador Tong Zhi, na Dinastia Qing, passou em segundo lugar nos exames imperiais – coisa importante naquela época. A partir de então, todas as sete gerações seguintes da família Gao tiveram posições oficiais no palácio real.

Maquete da residência de Gao Yue Song.


A residência tem uma área construída de 2517 metros quadrados, mas não parece ter esse tamanho todo, porque é repleta de pequenas vielas e de construções germinadas. Os cômodos são pequenos e escuros. Percebe-se que tudo é muito antigo, desde o mobiliário até fotos, porcelanas... A Amanda e a Giovanna gostaram de visitar um dos cômodos reservados para as meninas da época. Bem em frente ficava o dos meninos. Certamente alguém ficava ali de plantão, pra ninguém “pular a cerca”, porque a distância entre as casas não deve ser maior que três metros.

No segundo andar, na janela da casa das meninas.


Uma cama no andar debaixo na casa das meninas.


A visita à casa de Gao Yue Song terminou com o show de sombras. Na nossa frente, uma tela fina e transparente, com uma luz projetada por trás dela. De repente, música, um diálogo em chinês e as figuras foram aparecendo, ou melhor, suas sombras. Interessante é que os bonecos, controlados por pequenas barras finas, são operados por apenas uma pessoa. Na história que assistimos eram cerca de quatro bonecos em cada cena. O “show” foi rapidinho, durou 20 minutos. Algo bem simples, mas interessante pra quem não conhece.


Show de sombras.



Na saída passamos novamente pelo bairro muçulmano com seu mercado popular e seus muitos restaurantes, onde a comida é preparada ali mesmo, na calçada.


Fogão na calçada.



As Tumbas Hanyangling

Depois de mais um almoço regado a comida chinesa – ninguém aguentava mais, mas não tinha outro jeito – fomos para nossa última visita: as Tumbas Hangyangling, também chamadas de Mausoléu Hangyang. Nela estão os túmulos do Imperador Jing (Liu Qi), da Dinastia Han (206 a.C a 24 d.C) e de sua Imperatriz, assim como dezenas de objetos e animais em Terracota. Só que aqui as figuras são bem pequenas. E mostram sua nudez. O mausoléu cobre uma área de 10 quilômetros quadrados, 6 km de leste a oeste e de até 3 km de sul para norte.

Hangyangling está a 30 km do centro de Xian. O salão onde estão os sítios arqueológicos, inaugurado em 2006, é considerado o primeiro museu subterrâneo da China. O local realmente tem uma infraestrutura muito bonita.

A Tumba do Imperador está no centro do mausoléu. A câmara subterrânea tem passagens em seus quatro lados: esse tipo de tumba foi considerado o melhor em tempos antigos. O túmulo é cercado por um muro alto, com quatro portões grandes no meio de cada parede. O portão sul foi desenterrado e aberto para os turistas.


Maquete mostrando a área onde está localizada a
Tumba do Imperador. A área destacada em vermelho, na frente à direita,
é onde se localiza o museu.


Embaixo dessa montanha está a tumba do Imperador.


A Tumba da Imperatriz está a 450 metros de distância e é muito menor que a do imperador.


A tumba da imperatriz está um pouco mais afastada.



Peças em Terracota expostas no museu subterrâneo.
Os bonecos são pequenos e mostram sua nudez.


Reprodução de um desfile imperial.



Das tumbas seguimos para o aeroporto de Xian. Após três dias de muitas visitas, muita comida chinesa e novos aprendizados de uma cultura milenar, finalmente chegou a hora de voltarmos pra casa. Passear é bom, mas também cansa.

Aeroporto de Xian: pequeno, mas moderno.


Pequena "caixa para dormir".


Quer relaxar antes ou depois de viajar? É só alugar um desse boxes que contém
cama e tv. 

Igualzinho no Brasil.


Rapidinhas de Xian


Isso aqui é uma romã. As de Xian são enormes.
Vimos também muitos caquis, fruta típica da região.



À noite, as pessoas aproveitam o espaço em volta do Muro 
para dançar em grupos. 




Olha como o chinês carrega suas
"comprinhas" na moto.


E essa aqui, que carregava dezenas de aquários com peixes dentro?
Tem coisa que só se vê na China.









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